Outros elos pessoais

27 julho 2010

Técnica

X é problema delicado, Y o indiciado de ser o responsável. Se o problema for alargado no sentido X...n, mostrando-se que X não é o único problema pois que há problemas n do mesmo tipo e, até, bem mais graves; e se se ampliar a extensão da responsabilidade no sentido Y...n, mostrando-se que existem n causadores de problemas do tipo X, especialmente de âmbito internacional, com consequências bem mais dramáticas, então consegue-se disfarçar o incómodo de X e a responsabilidade de Y. Se há X...n problemas e Y..n responsáveis, por que razão se haveria de singularizar o X e o Y em causa? Telhados de vidro há em todo lado, é problema global. Por aí caminham os técnicos da despistagem social, bons estudantes de Nietzsche, que um dia disse isto: "Não há factos, mas somente interpretações". Essa técnica pode tornar-se ainda mais sofisticada quando em lugar de  se admitir uma culpabilidade caseira, pura e simplesmente se defende a inexistência de X e, portanto, a inocência de Y.

1 comentário:

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.