Mais um pouco da série.
É aí, nessa relação nós/eles, estabelecidos/intrusos, no âmago desses semáforos sociais, que toma curso todo o mundo conflitual da estruturação, da produção simbólica e categorial do Outro, do género: os Burundeses enriquecem porque usam práticas ilícitas, Os estrangeiros tiram-nos empregos, etc. O molde é formado ao mesmo tempo por uma prática, por uma história e por uma memória em constante reactualização (ainda que os seus utilizadores possam não estar conscientes disso e se limitem a veicular, a fazer e a recordar o que se tornou "hábito", costume do grupo, etc.): a prática da interacção social e da disputa de recursos de poder, a história de como se fez ou se faz a intersecção e a disputa pelos recursos de poder e a memória que se reactiva ou se reactualiza consoante a intensidade dos contactos.
Julgamos muitas vezes que é a cor da pele ou o apelido que nos leva a incluir alguém num grupo diferente. Mas seria mais pertinente começar por estudar a história que está por trás disso.
(continua)
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