Mais um pouco da série.
A busca de bodes expiatórios torna-se inevitável: um grupo racializado, geralmente minoritário, com grande visibilidade somática, é considerado o responsável dos males sociais; ou uma determinada nacionalidade; ou, mesmo, os estrangeiros na sua totalidade.
A esse nível, dois movimentos são possíveis: o passivo (produção de estereótipos, marcação de distância ostentatória, privação de recursos de poder) e o activo (trânsito das palavras aos actos físicos lesivos, fronteiras de tolerância transgredidas, agressão e/ou assassinato).
Um reparo: não podemos colocar fronteiras absolutas entre os três fenómenos em causa, dos quais o terceiro, o xenofobismo, constituiu o êmbolo do tema deste livro. Com efeito, o xenofobismo pode surgir vestido de etnicismo ou de racismo. A permeabilidade é, muitas vezes, imediata, as fronteiras são fictícias e porosas.
(continua)
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