O fim da série.
Durante algumas semanas aqui fui colocando algumas ideias, ideias que procurei nada tivessem a ver com condenações ou com apologias veementes de crenças, de crentes e de oficiantes.
Durante algumas semanas aqui fui colocando algumas ideias, ideias que procurei nada tivessem a ver com condenações ou com apologias veementes de crenças, de crentes e de oficiantes.
Se quisermos abandonar as nossas aderentes almas de cidadãos e procurarmos fazer um pouco como os dentistas - penetrando com uma sonda na cavidade das coisas, separando o nervo da raíz -, talvez sejamos capazes de compreender (tentarmos ser Outros) e analisar (decompor fenómenos e recompô-los de uma forma distinta) seja aqueles que pensam diferentes de nós, seja aqueles que pensam como nós (bem mais difícil esta tarefa do que a primeira).
Pouco a pouco, deveremos esforçar-nos (1) por não tomarmos a crítica ou a adesão moral por análise científica e (2) por não confundirmos saberes simbólicos e saberes científicos.
Fenómenos de crença e histerias colectivas como os ocorridos em Moçambique (escolas Quisse Mavota e Muelé), na Libéria, na Inglaterra, no México e no Brasil nada têm de excepcional, são absolutamente normais e racionais.
Normais e sistemáticas devem ser, também, a compreensão e análise, independentemente de gostarmos ou não dos fenómenos, independentemente de os resultados da compreensão e da análise nos agradarem ou não.
Já agora, leia ou recorde algumas posições minhas sobre pesquisa, aqui.
(fim)
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