Outros elos pessoais

31 maio 2010

Secreto

O "Notícias" de hoje exibe um trabalho sobre a cerimónia "mhamba" realizada com "carácter secreto", sábado, na Escola Secundária Quisse Mavota. Ficamos a saber, entre várias coisas, que, numa festa na qual estiveram presentes centenas de pessoas (mas na qual esteve ausente a Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique), foram sacrificados dois bois e dois cabritos bem como consumidas "bebidas alcoólicas e refrigerantes, tudo adquirido pelas autoridades do governo da cidade de Maputo, em resposta ao pedido da comunidade do Zimpeto." É agora esperado que não mais haja desmaios da escola.
Adenda: sugiro continuem a seguir a minha série com o título "Os desmaios femininos na Quisse Mavota", aqui; no lado direito deste diário está um questionário sobre o tema, aqui.

6 comentários:

  1. Prof. Acho que se devia combinar ciência e cerimónias tradicionais para resolver o problema.

    O Prof Serra conhece com certeza Palmeiras. Lá foi plantada uma nova palmeira em substituição da centenária que caíra. Houve uma festança de arromba acompnhada por abate de bois e cerimónias tradicionais.

    Depois de se abastecerem com comes e bebes, nos dias seguintes ninguém mais se preocupou com saúde da jovem palmeira.

    Mas como a vida de uma Palmeira (planta) não depende apenas da graça dos espíritos dos antepassados, a palmeira secou. Parece-me que neste momento restou-nos apenas um pequeno inanimado poste em vez de uma palmeira que se esperava também centenária.

    Este é uma pequeno exemplo, que para além de chamar o lado científico das coias, também representa o que o país é: nada sustentável.

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  2. Muito obrigado pelo seu contributo. Tenho estado a interrogar-me sobre o tema. Siga a minha serie...

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  3. Uns criticam as cerimonias mas o prof parece defendelas. estamos esperando seus mais testos. ----
    SGT estudante de antropologia daUEM

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  4. AMETRAMO esteve ausente ?

    Mas entao a "cerimonia" tao tinha sido sugerida pela AMETRAMO ???

    Bebidas alcholicas na escola ???

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  5. Claro Karim. O que iria la fazer se se trata de um problema familiar com aproveitamento politico evidente...

    So fez bem em la nao ir. Salvou a face da tradicao!

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  6. Obrigado pelo link, Carlos.

    O artigo é fascinante, no tom e na abordagem jornalística, quer em si próprio quer em comparação com aquilo que é costume no Notícias.

    Permita-me salientar 3 aspectos que, creio, dão pano para mangas interpretativas:

    - Afinal, os normalmente jocosos jornalistas do Notícias não só sabem em que consiste um kuphalha, como conhecem o que é habitual em cerimónias para ocasiões deste género. A alteração dever-se-á a algum impacto particular deste caso sobre os jornalistas,ou a orientações superiores? E porquê?

    - A família fulcral para a realização da cerimónia está empenhada em realizá-la correctamente, mas com a expectativa de que, não vindo ela a ter os resultados desejados, se prove que o seu antepassado nenhumas culpas tem no assunto. A cerimónia tem bastante mais negociações de sentidos do que as imediatamente evidentes...

    - Parece que as instâncias políticas mais elevadas estão a par de (e preocupadas com) a recnte sucessão de mortes e doenças entre os dirigentes da Ametramo. Só assim se explica a ausência de convite formal para uma cerimónia com tanto impacto social...

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