Escrevi no número anterior que estava interessado em escrever um pouco sobre três instâncias que considero fundamentais no processo político de reprodução das relações de produção em Moçambique: igrejas, curandeiros e autoridades ditas tradicionais.
As igrejas são, regra geral, politicamente úteis. Por quê? Porque transferem para entidades supra-humanas e supra-naturais a responsabilidade pelos problemas sociais: os maus espíritos dos Zione, o diabo das igrejas milagreiras do tipo Igreja Universal do Reino de Deus.
A igrejas (também incluo as mesquitas) acabam funcionando como a aspirina do Governo. Se as coisas andam mal, lá vem o mau espírito. Quando andam bem, Deus quis. Muita das vezes a incompetência e/ou competência é avaliada em função do contacto que as pessoas travam com à religião.
ResponderEliminarDe facto, a avaliar pelos milagres da IURD, que mal consegue curar os crónicos problemas do seu baluarte, em Brasil, fácil foi a sua implementação no país com promessas, algums, absurdas! Nada contra esta ceita, pelo contrário, têm uma coisa que eu admiro, incentiva a auto-estima, luta por mostrar aos seus crentes que tudo é possível, para acreditar, mas quando o "negócio" é dinheiro, dizimos, invenção de curas, aí o "negócio" pega fogo.
Zicomo