Outros elos pessoais

28 maio 2010

Os desmaios femininos na Quisse Mavota (11)

Avanço mais um pouco na série, pegando na primeira das cinco instâncias por mim sugeridas no número anterior.
Aceitar que existem vários tipos de racionalidade cognitiva e comportamental talvez seja uma das tarefas mais difíceis da vida.
O que entendemos ser a nossa racionalidade parece ser amiúde acompanhado da crença na irracionalidade de outras formas de pensamento e de comportamento.
Acreditar que os desmaios (há quem prefira chamar-lhes quedas) ocorridos entre estudantes da Escola Secundária Quisse Mavota são provocados por espíritos irados, pode ser considerado irracional por vários de nós.
Porém, essa crença é racional, faz sentido para quem a aceita e partilha, bem mais sentido do que aquele que consiste em explicar o problema com a tensão nervosa e com os efeitos psicosomáticos em cadeia gerados pela proximidade dos exames.
E quem fala dessa crença na Escola Secundária Quisse Mavota, fala, também, da crença nos espíritos havidos como irados na Escola Secundária de Muelé, Inhambane.
O que entendemos ser a irracionalidade dos outros é, apenas, a sua racionalidade e, ao mesmo tempo, produto da nossa ignorância enquanto produtores do labelo.
Avanço para a segunda instância no próximo número, afinal uma parente desta.
(continua)
Adenda às 10:35: confira o “Canal de Moçambique” aqui.

1 comentário:

  1. Esta vai pegar moda e espalhar-se pelo país ...
    O facto de os governantes apoiarem este 'fenómeno' é deveras preocupante, mas quando as coisas começarem a alastrar-se e a tomar contornos alarmantes, o governo que se safe dessa.
    Considero que seja algo psicológico em algumas alunas, noutras, talvez uma forma de dar nas vistas ou de serem o centro das atenções.
    SMS

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.