Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
17 abril 2010
11 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Fala-se de Mocambique no geral, mas seria possivel estratificar por:
ResponderEliminara) populacao rural vs urbana?
b) regioes norte vs centro?
c) regioes norte vs sul?
d) regioes sul vs centro?
Creio que se chegaria a conclusoes mais interessantes...
Ressalva:
ResponderEliminarBem, nao havia reparado no documento anexo. Com efeito as minhas questoes sao la respondidas, mas nao de maneira exaustiva e muito menos explicita. Continuarei com a minha leitura...
"...Geralmente os meses mais críticos em termos de segurança alimentar são os meses de Outubro, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro..."
ResponderEliminarElementar, meses de maior consumo do Cidadao tambem em virtude de modismos: festividades, impostos, escola e, geralmente, aumento do Combustivel. Um excelente exercicio para os planificadores do pais saberem dosear melhor a "dolorosa" aos cidadaos ao longo do ano.
"...O Ministério da Saúde calculou que, desde vários anos, o salário mínimo não é suficiente para adquirir a cesta básica de alimentos..."
Pois claro, porque a questao nao e salarial. E uma envolvente socio-economica.
"...Na zona Sul: houve aumento do custo da cestas básica em Gaza nos distritos de Chókwé (12%), Mabalane (7%) e Chicualacuala (6%), e na Província de Maputo em Magude (9%), devido principalmente a subida de preços de farinha de milho, feijão e amendoim..."
Estamos a falar de um dos celeiros da Nacao em 1975 (CAIL), ate agora, aposta nos bio-combustiveis, uma mono-cultura. E de uma das zonas mais propensas ao gado bovino de Mocambique, com via ferrea, mas que se transformou numa vila fantasma de “mukheristas” ocasionais.
"...Na zona Centro: o custo subiu no Búzi em 12% e em Manica em 9%, situando-se acima dos 3.000 Mts/mês. Para o caso de Manica, a procura de produtos básicos pelos Zimbabweanos através da fronteira de Machipanda-Mutare é um dos factores que contribui em certa medida para a subida de preços, a todos níveis desde o produtor até ao consumidor de alguns produtos..."
A Lei da Oferta e Procura "urbanamente" aplicada no meio rural. Desafio alguem a provar que sao os CAMPONESES e nao INTERMEDIARIOS vindos da cidade quem controla este circuito comercial!
Aqui tambem se repete o problema da mono-cultura, porque areas agricolas, frutiferas, pecuarias, foram “substituidas” por mono-culturas “rentaveis” como o tabaco e bio-combustiveis.
Quanto a zona norte, e pena que os pesquisadores nao tenham tambem citado alguma conclusao, pois concerteza, os factores acima estaria presentes. Gostaria particularmente de saber mais da Zambezia, provincia que se transformou num novo “Wild Wild West” mocambicano.
“....Um estudo na vulnerabilidade urbana nas cidades de Maputo e Matola9 não encontrou uma situação evidente de vulnerabilidade alimentar, mas também ficou evidente que existem grupos que estão a atingir os limites da vulnerabilidade séria...”
O estudo peca por nao ter ido mais a fundo nesta questao. Sobretudo, comparar estas bolsas de ma-nutricao com as demais da zona rural distribuidas geograficamente pelo Pais. Tenho uma forte conviccao que obteriamos respostas surpreendentes.
Disse
Indo directo ao assunto. Este e mais um daqueles estudos capaz de dar emprego a qualquer um. Basta um " COPY & PASTE" do documento anterior, que a realidade exposta nao estara longe da verdade.
ResponderEliminarConsequencia primaria de alguns factores estruturais, como a migracao forcada campo-cidade, derivada da:
a) Guerra;
b) Primazia da monocultura agricola colide com plano de seguranca alimentar;
c) Agressao ambiental impune e recorrente;
d) Vias de comunicacao deficitarias ou inexistentes;
e) Armazenamento deficitario ou inexistente;
E tambem, factores causa-efeito socio-economicos:
A "Urbanizacao" do campo -> descaracterizacao permanente da cultura de subsistencia do Campo;
A "Ruralizacao" das cidades ->
inadaptacao cronica a cultura de competetividade da Cidade.
"...Moçambique é propenso a desastres naturais causando enormes danos humanos e retrocessos económicos. As secas recorrentes, particularmente nas zonas semi-áridas, resultam em insegurança alimentar e nutricional nas zonas afectadas. Com cerca de 66% da população vivendo nas zonas rurais e uma economia predominantemente baseada na agricultura de sequeiro, as variações climáticas recorrentes têm um grande impacto..."
Mas sempre assim foi. E no entanto, em outros tempos, a seguranca alimentar era boa.
"...O consumo de proteína animal (carne, ovos, leite) ainda é muito baixa em todo o país..."
E os japoneses e outros asiaticos no geral? Que comem menos carne do que nos, sao mais desnutridos?
.../...
Voces falam muito, Mano Ricardo,
ResponderEliminarAte uma pessoa cansar de ler,
Chegaaaaaaaaaaaa!!
Ja nao consigo ler mais................
"Voces falam muito, Mano Ricardo,
ResponderEliminarAte uma pessoa cansar de ler,
Chegaaaaaaaaaaaa!" (Karim).
Disse tudo, zás!
PS: Ricardo, escreva artigos.
Tambem escrevo artigos, mas para muitos leitores. E nao para dois...
ResponderEliminarO que tem a dizer a proposito deste post?
Obrigado,
Mantenho,
ResponderEliminar1- os racistas estao identificados e tem pouco espaco de manobra ?
2- HIV 'e suficientemente relevante para a mudanca politica de africa ?
3- Serao necessarios mais mortos africanos para que os actuais governos africanos admitam que falharam ?
4- O Povo deve emitir a sua opiniao como ?
5- o que sao Patriotas ?
Heheheheh, mas que granda ironia?
ResponderEliminarKarim, reage, lá!
Queres que eu te ajude a interpretar esta alegoria, como dizia o meu professor de Arte, "viriato, faça a iconografia e iconologia do texto, da imagem, etc...?" Ou percebeste?
Bom fonal de semana chamuale Ricardo Jamu.
Zicomo
De tanto tocar, o disco parte-se...
ResponderEliminarhttp://www.psiquiatriaforense.com.br/site_novo/?pg=links&link=psicopatologia
Preservacao-ideativa. Freud explica.
Mas o Professor vai adorar ler uma coisa destas:
http://cedes.iuperj.br/banco%20artigos/Interpreta%E7%F5es%20do%20Brasil/organizacaointelectuais9.pdf
Dava outro excelente livro da V. lavra, nao e?
A propósito desta entrada, gostaria de referir uma dificuldade que sinto existir com os termos ,"má-nutrição"/"malnutrição"(este muito frequente entre nós),"desnutrição", e "subnutrição". Todos estes termos estão a ser usados como tradução de "malnutrition" em textos oficiais de organizações diversas em Moçambique, onde também surgem como equivalentes de "undernutrition" e "subnutrition".
ResponderEliminarFace às diversas opiniões existentes, acho que seria necessário as muitas entidades que lidam com nutrição no país chegarem a consenso sobre a definição desses conceitos e sua relação com os termos ingleses.
Reforçando o que já uma vez referi num encontro sobre nutrição e HIV que teve lugar em Maputo, propunha que o mesmo exercício fosse feito para os termos "stunting" e "wasting", que continuam a registar diversas traduções, digamos assim, oficiais.
Fátima Ribeiro