Outros elos pessoais

03 abril 2010

A democracia democratiza-se? (3)

Mais um pouco da série.
Porque produtos de socializações e de opções pessoais diversas, são diferentes as maneiras pelas quais aferimos a democracia, democracia considerada em seu perfil de Janus: no sentido político de governo popular e no sentido de mentalidade franqueada ao diferente.
Defensores acérrimos da democracia, por exemplo, tornam-se rapidamente anti-democráticos mal saem do território do seu partido e têm de fazer face a outros partidos; apologistas da concórdia em nome de Deus, tornam-se assassinos em nome do mesmo Deus mal saem da órbitra da sua religião e são confrontados com outras religiões; defensores da liberdade polígama, impedem a liberdade dos homosexuais perseguindo-os e/ou matando-os; propaladores da igualdade humana são os primeiros a negá-la com ataques xenófobos, étnicos ou raciais; descolonizadores insignes de outrora, são os primeiros a colonizar outrem hoje. Muitos outros exemplos podem ser dados.
Por outras palavras: a nossa democracia cabe, frequentemente, apenas no nosso copo de água. É fácil defendermos a democracia, mas é bem mais difícil democratizá-la.
(continua)

2 comentários:

  1. Mais dificil ainda e imaginarmos que democracia anda na cabecas dos outros...para sermos tao eloquentes nas nossas anamneses sociais.

    Seria preciso um Adivinhometro, dispositivo ainda nao inventado pelo Homem.

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  2. Olá Viriato Dias,

    Em anterior post acusaste-me de mencionar "o nome do Professor em vão" no que toca à sua posição relativa à homossexualidade.

    No entanto neste post o Professor reafirma a sua posição que parece que é oposta à da dupla Mugabe e Tsinvangirai. Um pouco mais em consonância com a de Obama, Mandela ou Desmond Tutu.

    Em relação à tua sobrinha sinto muita pena dela por gostar muito de ti.

    Devido à pressão familiar que ela sofre imagino que esteja a levar uma vida dupla: Uma vida em que tem que agradar à família em público e outra muito secreta em que está em consonância com os seus sentimentos.

    António José

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