Outros elos pessoais

22 abril 2010

Antropologia da AR

Urge fazer a antropologia da Assembleia da República, dos seus rituais, do seu vocabulário, dos seus trajes, do calor dos debates, dos elogios e dos anátemas, das inclusões e das exclusões, das compreensões e dos ataques, dos tempos realmente a trabalhar, a dormir, a ler o jornal e a usar o celular.
Adenda: é simplesmente fantástico o uso galopante do termo “Excelência”. Não menos fantástica é a potência acrescentada do elogiosismo fácil.

17 comentários:

  1. Professor! ontem comentei com um colega sobre este assunto. Será que todos os deputados são Excelências? Será esta a única forma de tratamento dos deputados?

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  2. Parece o Parlatório Luso do tempo de Almeida Garrett...

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  3. Acho que a Antropologia da AR deveria era olhar para a ritualizacao escessiva que parece, por vezes inibidor.

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  4. Consta que Manuel esta fora, eu contava com ele pra desinibir um pouco,

    ...Pedi a Linette, pra ver se o consegue contactar.

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  5. Já ontem comentei este facto. Estamos a passar de uma fase má da colonização para a bajulação.

    Não vejo mal nenhum que os deputados usem o termo de tratamento "excelência", o que me causa irritação nos nervos é como exaltam as figuras dos seus chefes, sapato algum iria aguentar a tanta graxa...

    Enquanto países como a Tanzânia, Cabo-Verde, Angola, África do Sul, etc., constroem a sua historiografia para as gerações futuras, para dar e vender aos outros, Moçambique preocupa-se com discursos enfadonhos para perpetuar figuras, como se elas fossem "super man". Mas não são, como diria Arrone Fijamo, pigmeu, em cumprimento de um decreto do destino.

    O pior de tudo é ver a nossa oposição na mesma panela. O partido no poder faz isso para distrair os "amputados" digo, deputados da oposição face dos reais e graves problemas do país, enfim, com estes papos a Frelimo leva à oposição a fazer o mesmo jogo, que só termina na véspera das eleições.

    Zicomo

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  6. Obrigado Querida,

    Quando tu apareces,

    O calor fica menos.

    'E como se Deus, manda se me um brisa de presente,

    Cancoes eu posso cantar mais que o Ricardo,

    So tens que me prometer que as vais ouvir, todas.

    Minha Paixao, Linette.

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  7. "Minha Paixao, Linette." (Karim).

    Hehehehe, bem, eu é que não disse nada.

    Zicomo

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  8. Viriato

    Paixao 'e Paixao, algum problema de ser Apaixonado ?

    Eu ate sou Apaixonado pela Lara Dutta tambem,

    Mas Linette 'e Linette.

    Ai nao aceito brincadeiras. Eu gosto muito dela.

    Vou queixar o Professor, que invez de estudar, trabalhar voce anda preocupado comigo.

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  9. Passa, até porque, citando Hélder Muteia, ninguém consegue assegurar a cabeça de cima quando o coração está em "chamas." Força chamuale.

    Zicomo

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  10. Oh!! Viriato E Ricardo!

    Não pensei mal do Karim por favor!
    A Paixão não é só entre o Homem e a Mulher!
    Mas pelos ideias que essas pessoas representam, pelo que elas transmitem, pelo ideais que elas defendem, pelo que são na realidade...
    Existem tantos actos que nos fazem apaixonar...
    Eu, sou apaixonada pelo ideias do Presidente Barack Obama, pelo jovem Ministro Sueco Fredrik Reinfeldt,pelo jovem Presidente da Georgia Mikahail Saaskashville,
    pelo que foi Rajiv Gandhi, Sonia Ghandi, Benasir Butto...
    Figuras que nos deixaram legado e que vão fazendo Historia...
    Há várias formas de nos apaixonarmos...

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  11. Ouviram, seus mal intecionados,

    E unica diferenca com paixao de Linette, 'e minha Paixao ser orientada para Mulhers so... nao 'e discriminacao sexual,mas dizem que elas foram feitas com uma costela nossa, porque o Adao andava sozinho no paraiso.

    E acho que Deus fez bem, mundo so Ricardo, que nem ve muito bem o homosexualismo, seria tristeza.

    Vou mandar rozas vermelhas pra Linette,

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  12. Ha alguem a precisar de umas sessoes de acupunctura...

    Mudando de assunto:

    Intolerâncias

    Um Estado laico não é um Estado anti-religioso, incapaz de compreender a dimensão pública da fé.

    Como seria de esperar, a visita do Papa a Portugal já deu origem a uma pequena e comovente polémica sobre a tolerância de ponto decretada pelo Governo. Os fanáticos do costume decretaram que pretendiam trabalhar nesses três dias a bem da separação do Estado e da Igreja e – pasme-se – em prol da produtividade nacional que, na sua douta opinião, não pode ser abalada pela visita de um "líder religioso qualquer" que decida deslocar-se ao nosso país. Até a CIP e as centrais sindicais, esses pilares da nossa economia, se pronunciaram patrioticamente contra a decisão tomada pelo Governo, alertando para a crise em que vivemos e para a necessidade dos funcionários públicos contribuírem, com o seu trabalho, para o aumento da produtividade e para o desenvolvimento da pátria.

    É evidente que este reconhecimento súbito do estado em que nos encontramos não deixa de ser salutar, sendo de esperar, nomeadamente por parte dos sindicatos, exemplos futuros de responsabilidade e compreensão pela situação em que se encontram as finanças públicas e a economia portuguesa. Custa-me a crer que sindicalistas, tão atentos aos custos da visita do Papa, se entretenham depois a promover greves que, para além de não levarem em linha de conta a crise em que nos encontramos, não contribuem certamente para o dito aumento da produtividade. Tudo isto seria um pouco ridículo – e é – se por trás destes nobres objectivos não se escondesse o velho preconceito contra a Igreja e o zelo anticlerical de meia dúzia de figuras públicas, sempre em busca de crucifixos nas escolas e de outros sinais religiosos no espaço público. Ao contrário do que tem sido dito, o que está em causa não é a neutralidade do Estado em relação às diversas religiões, mas a incapacidade de perceber que, num país de tradição católica, o Papa não é um "líder religioso qualquer", como tem sido amplamente referido. Pretender equipar a visita de Bento XVI à visita de qualquer outro líder religioso (hindu ou muçulmano, como já vi defender) é não compreender a realidade portuguesa e desconhecer totalmente a sua história. Há uma ligação entre o País (e o ocidente, em geral) e a Igreja que um Estado laico deve saber reconhecer.

    Um Estado laico não é sinónimo de um Estado anti-religioso, incapaz de compreender a dimensão pública da fé. E a crer nalgumas coisas que por aí têm sido escritas, dá ideia de que o Papa, não lhe sendo retirado o direito de viajar pelo mundo, devia ter, pelo menos, a decência de o fazer clandestinamente. De forma a não importunar ninguém. Porque o problema é que este Papa, em particular, importuna.

    Constança Cunha e Sá, Jornalista

    Correio da manhã, 2010.04.20

    Que bela discussao nao daria em Portugal, as constantes presidencias abertas que paralisam o pais em 20% de cada mandato, nao acha Professor?

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  13. 1. Concordo o Viriato que é dos grandes problemas é da sempre distraccão da oposicão mocambicana. A Frelimo leva facilmente à oposição a cometer erros. Alguns deputados ou seniores da Frelimo (creio que não são todos) fazem um jogo que conscientemente sabem ser uma ARMADILHA para a oposicão. Sabem que muitos da oposicão não resistirão em copiá-lo. Não se trata apenas de lambebotismo, mas uma provocão sábia. Se perguntarmos a esses da oposicão sobre erros que comete, a resposta será: a Frelimo faz o mesmo. É essa uma resposta de quem diz ser alternativa.

    2. Acredito que muitos concordarão comigo que lambebotas não são todos os deputados. Sendo assim, a minha proposta seria de escrevermos (pendurar) os nomes dos lambebotas, quantificando o tempo que gastam em lamber as botas dos seus chefes. É que se continuarmos a falar só de deputados sem nomes, eles continuarão a brincar connosco.

    Pessoalmente, comecarei a pendurar no Reflectindo sobre Mocambique os lambebotas, escovadores na Assembleia da República, seja ele/a de que partido for.

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  14. Hehehehe, gostei desta Karim.

    Você me venceu e convenceu, claro, a Linette também.

    Zicomo

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  15. Bravo pel coragem Reflectindo!

    Quem sabe mais seguirão o seu exemplo de denúncia pública?

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