Bairros de lata: vulcões prestes a explodir - esse o título de um trabalho divulgado em 2008, da autoria de F. Floris Moschettia, que faz referência a Maputo: "A taxa mais elevada de habitantes de bairros-de-lata regista-se na Etiópia e no Chade, com 99,4 por cento da população urbana. Seguem-se o Afeganistão, com 98,5 por cento, e o Nepal, com 92 por cento. Todavia, as populações urbanas que mais se encontram na miséria são certamente as de Maputo (Moçambique) e Kinshasa (R. D. Congo), onde o rendimento de dois terços dos habitantes é inferior ao mínimo vital diário. Em Nova Deli, os urbanistas deploram a existência de «bairros-de-lata dentro de bairros-de-lata»: nos espaços periféricos, à histórica classe pobre da cidade expulsa em meados dos anos 70 acrescentam-se recém-chegados, que colonizam os últimos espaços livres. No Cairo, Egipto, os que chegam agora ocupam e arrendam partes de habitações sobre os tectos, gerando novos bairros-de-lata «suspensos no ar».
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
25 março 2010
Fractura social (2)
Bairros de lata: vulcões prestes a explodir - esse o título de um trabalho divulgado em 2008, da autoria de F. Floris Moschettia, que faz referência a Maputo: "A taxa mais elevada de habitantes de bairros-de-lata regista-se na Etiópia e no Chade, com 99,4 por cento da população urbana. Seguem-se o Afeganistão, com 98,5 por cento, e o Nepal, com 92 por cento. Todavia, as populações urbanas que mais se encontram na miséria são certamente as de Maputo (Moçambique) e Kinshasa (R. D. Congo), onde o rendimento de dois terços dos habitantes é inferior ao mínimo vital diário. Em Nova Deli, os urbanistas deploram a existência de «bairros-de-lata dentro de bairros-de-lata»: nos espaços periféricos, à histórica classe pobre da cidade expulsa em meados dos anos 70 acrescentam-se recém-chegados, que colonizam os últimos espaços livres. No Cairo, Egipto, os que chegam agora ocupam e arrendam partes de habitações sobre os tectos, gerando novos bairros-de-lata «suspensos no ar».
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
"...nos espaços periféricos, à histórica classe pobre da cidade expulsa em meados dos anos 70 acrescentam-se recém-chegados,
ResponderEliminarque colonizam
os últimos espaços livres."
Para além do drama relatado, ainda temos linguagem abusiva, despropositada.
Colonizam???
Como é na Índia, talvez.
Em Maputo seria, povoam, repovoam, ocupam,...
Professor...
ResponderEliminarE preciso descomprimir as cidades. Forjaz pensa o contrario propondo-nos cidades "mais rurais", mas onde e que se vai parar assim? Os urbanoides perdem a palavra?
Parece-me sim, arquitectura para ganhar Votos.
E preciso indicar o caminho do campo ou outras urbes, por meio de boas vias de comunicacao, incentivos fiscais aos negocios locais e polos de desenvolvimento com a NOSSA PROPRIA AGENDA e nao a do hinterland.
Nao se esvaziam cidades por decreto, porque ou as pessoas voltam, ou vai criar enormes cidade de lata para onde vao. E preciso dispersa-las inteligentemente com planeamento fisico consistente.
Quando paises a serio falam de ministerios da Infra-Estrutura. Nos estamos aos papeis em 4 ministerios que fazem a mesma coisa pensando diferente. E desde 1975!
Veja o que fazem os alemaes: http://www.bmvbs.de/en
Inspirador nao e?
Basta ver o Luabo, desde a década de 70.
ResponderEliminarMorreu.
De vez???
Exemplo flagrante, mas os muanas não sabem, nem querem saber...
Quantos exemplos desses, há replicados por Moçambique?