Outros elos pessoais

01 fevereiro 2010

Memória samoriana


Sublinhada a vermelho por mim, está uma expressão dos tempos samorianos, uma espécie de memória samoriana...Confira o texto no "Diário da Zambézia" de hoje, aqui (reparam que escapou um m na palavra incompetência).
Adenda: o falecido José Negrão escreveu um texto, com data de 2001, intitulado "Samora e desenvolvimento". Na parte final, com o entretítulo "A inquietação de Samora", Negrão escreveu sobre a "Ofensiva político-organizacional" contra "os tecnocratas do socialismo e os teóricos do marxismo congelado", aqui.

3 comentários:

  1. De Inhambane a Zambezia e um longo voo para o Paladino da regressao, o Governador Itai Meque impressionar outra plateia. Veremos ate onde este discurso de cavalarica lhe ira levar.

    Hoje, esta muito em voga falar das grandes "virtudes" de Samora Machel na conducao da sociedade por meio das famosas ofensivas politicas e organizacionais. Pois eu recordo que foi esse mesmo virtuoso que um dia em comicio popular ORDENOU que em nome da campanha de contra a falta de higiene, todo mocambicano deveria ter uma latrina em sua casa e matar "30 moscas por dia", com direito a Emulacao Socialista (Premio).

    E o povo cumpriu a letra. Resultado: latrinas foram construidas a torto e a direito, inclusivamente por cima de lencois freaticos. E quanto as moscas...acho que os mocambicanos perderam a batalha para a tristeza do seu "grande lider", que ainda conseguia tomar decisoes de Estado em pleno comicio popular, ao calor dos queixumes populares...

    Este Governador Itai Meque, tambem precisa ler Maquiavel. Embora acredite que leia os poemas de Armando Artur...

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  2. Samora Machel e a reencarnacao do Homus Sovieticus

    Analisemos um exemplo da antiga URSS :

    Conceito 1. Emulação socialista (СОЦСОРЕВНОВАНИЕ)
    Num Estado de economia planificada onde o conceito de lucro estava ausente, o uso do termo “concorrência” era também bastante inoportuno. Mas havia a necessidade de estimular a produtividade das empresas através de esquemas de competição, premiando aquelas que produzissem mais. Para o efeito, eram estabelecidos contratos de emulação socialista, com superintendência ministerial, entre empresas do mesmo ramo.

    Conceito 2. Luta contra as baratas
    O “tarakan” – espécie de barata em miniatura – era um ser omnipresente nos lares moscovitas. Por mais assíduas que fossem as limpezas sanitárias, o prolixo animal voltava invariavelmente do lixo para o seu habitat de origem. A vitória contra o tarakan era uma miragem, pois o paliativo das desinfecções sanitárias não atacava o problema na raiz. E a raiz do problema era o húmus onde o animal se reproduzia e se alimentava: as caves dos edifícios para onde convergia o lixo de todos os andares.

    Cont...

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  3. Corolario: Emulação socialista na luta contra as baratas

    Narrativa de um moscovita na primeira pessoa:

    "...Quando compreendi todo o absurdo inerente à emulação socialista (uma das muitas peça do faz-de-conta universal), já tinha quatro anos de experiência quotidiana na luta contra o tarakan. Para fugir à monotonia e inovar os métodos de luta, desafiei o meu colega de quarto para uma “emulação socialista na luta contra o tarakan”.
    Seguindo o modelo instituído, elaborámos a preceito um “contrato de emulação”, colámos nele as fotos dos dois emuladores e partimos para o pleito. Ficou estipulado que quem matasse mais baratas, ganhava um almoço. Em menos de uma semana matei mais de 200 bichinhos, e o meu rival não me ficou atras (não recordo o resultado, pois o importante era o próprio processo). Entretanto, alguns amigos decidiram cooperar, uns do meu lado e outros no campo oposto. Cada tarakan humanamente esmagado significava um pauzinho no campo de anotações do respectivo emulador.

    Divertimo-nos imenso com a iniciativa, pois as paródias ao regime não geravam reacções enérgicas entre os seus arautos. Mas houve uma senhora da Faculdade que decidiu vir à residência para perceber in loco o alcance da brincadeira. Em vez de lhe responder, abri o congelador e mostrei-lhe um livro congelado e expliquei-lhe: “Este livro chama-se Sentido da Vida (СМЫСЛ ЖИЗНИ), comprei-o julgando que me poderia ser útil, mas verifiquei que foi escrito por alguém que julga que o sentido da vida se confina aos discursos do Politburo, e então condenei-o a uma pena de 6 meses na Sibéria. Por isso, está no congelador.”
    Em seguida, mostrei-lhe o frade - a famosa peça de artesanato português - e pedi-lhe que puxasse o fio... Não foi preciso mais nada para que a senhora entendesse que estava diante de um inimputável."

    Por isso, quem apelar para medidas Samorianas para dar o arranco a velharia, LEMBRE-SE que a roda ja havia sido inventada!...

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