Outros elos pessoais

26 fevereiro 2010

A "hora do fecho" no "Savana"

Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "A hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com "A hora do fecho" desta semana, da qual ofereço, desde já, um aperitivo:

4 comentários:

  1. Professor,

    Professor,

    Desculpe fugir ao tema que propõe nesta entrada, mas julgo que devia aproveitar a ocasião para uma chamada de atenção urgente ao Conselho Municipal de Maputo e outras autoridades.
    Choveu pouco mais de uma hora, e já há quem não consiga sair à rua devido aos lagos e rios que já se formaram.
    É um facto que a situação do escoamento das águas pluviais se tem vindo a agravar a olhos vistos. Um simples passeio pela cidade mostra a inoperacionalidade de todo o nosso sistema de esgotos: inúmeras sarjetas sem tampa repletas de lixo e valas de drenagem sem grelhas de cobertura, cheias de pedra e areia, algumas há já muito tempo. E o roubo das tampas e grelhas está a aumentar de dia para dia, prometendo uma situação ainda mais grave.
    Neste momento, a chuva parece ter parado. Mas, e se ela continuar?
    É preciso que quem de direito faça alguma coisa com muita urgência!

    Fátima Ribeiro

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  2. Ricardo tinha razão neste aspecto, aliás, eu mesmo já escrevi sobre o assunto. Devo reconhecer que estvas certo quando a gravidade das nossas oficinas do saber. "Tá-se mal". De facto, o que acontece no nosso país, no aspecto de formação, é mesmo de acordar a um morto.

    É uma vergonha saber que a Universdidade Mussa Bin Bique, em Nampula, funciona numa residência do tipo três para mais de 1000 estudantes, e ainda por cima, o reitor é um aspirante aos requisitos que uma universidade normal exige. Não tem planos de estudo exequível, professores turbos, não tem o mínimo de condições para ser uma universidade, nem mesmo uma creche, enfim, é uma lástima.

    Na UP-NPL, em 2005, havia um único livro de História de Moçambique(de co-autoria de Carlos Serra) na biblioteca local para centenas de estudantes. Também não havia salas, mais tarde construiu-se salas anexas do tamanho de uma cela de polícia. Os professores (ALGUNS) tinham sobre os seus ombros, o mesmo manual de ensino desde que por lá passou a Prof. Dra. Alda Romão Saúte (glória máxima da pedagogia). Uma vergonha total. Mas também conheci professores como o Dr. Mataruca, um barril de conhecimentos inesgotável.

    Depois vi nascer a UCM, UDM,sei lá mais quantos viveiros de projectos de universidades, tudo à moda moçambicana. Eu que nesse ano, em 2005, tinha entrado para o curso de História (Maputo - Nampula) com a melhor nota (modesta à parte) para depois saber que haviam estudantes, filhos de antigos combatentes, em compensação ao facto de seus pais terem libertado o país, sem fazer exame de admissão, eram meus colegas. Carambas, fiquei furisos. Fiquei indignado. Muitos como eu partimos para outros horizontes, não em busca do conhecimento, mas sim, em busca de novos conhecimentos. O que deixei para atrás, afinal não mudou, continua o país a formar remendos para furos tão grandes.

    Zicomo

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  3. Pois e...

    Imagine o meu espanto hoje, quando conheci dois estudantes da UEM com 16 anos de idade!...

    Se os meus calculos estiverem correctos, terao comecado a estudar com 3 anos de idade. Uma vez que a idade minima para se iniciar a 1a Classe em Mocambique SAO OS 6 ANOS de idade, entao, estamos perante GENIOS!...

    E como sei que os regulamentos do MINED "barram" o aparecimento de genios nas escolas, fiquei sem palavras!

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  4. É verdade, é só vasculharem uma pilha deles nas nossas academias. Eu tenho muitas saudades dos meus professores Alda, Maxiamiano, Mataruca...só não sei se eles sabem que sou adepto das políticas de Mugabe. Já estou a ver o saudoso Dr. Aloni ali na sua casa na Matola a dizer-me "Óh Viriato, aquele gajo de Mugabe é um sanguinário." Até aqui ão sei qual é o verdadeiro mal do nossos sistema de educação, se são os professores ou é a geração de repolho (que nasceu depois de 75, a minha por sinal). Não falo de condições porque há países que conheço de leitura que sem condições (Cabo-Verde, STP) conseguem levar o barco a um bom porto. Porquê será.

    Será que o professor Serra que tem estado mudo até aqui pode me responder? Onde é que está o problema. É a vacina que não presta ou a doença é mais grave do que o antidoto. Uma questão que nunca cheguei a compreender enquanto professor de palmo e meio em Nampula.

    Zicomo

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