Outros elos pessoais

27 fevereiro 2010

Duas coisas

Terminou antes das 14 horas locais a leitura pública das sentenças das cinco pessoas acusadas no processo que se convencionou chamar "caso aeroportos de Moçambique". A imprensa irá referir-se às sentenças (de dois a 22 anos de prisão, fora as indemnizações). O que aqui me interessa são duas coisas das várias que o juiz Dimas Marôa disse no fim da sessão. Primeiro, disse esperar que as pessoas que, com pseudónimos, escreviam nos jornais sobre o julgamento, finalmente mostrassem quem realmente são (o juiz disse textualmente que lia todos os jornais); segundo, disse que tinha conhecimento de um rumor que veiculava o seu assassinato, mas que não tinha medo. Todavia, não disponho de dados para analisar ambas as coisas, bastante delicadas.

8 comentários:

  1. Boa análise professor, digo, do juiz Dimas Maroa. Realmente não vejo porque é que as pessoas se escondem em pseudonimos. Ainda estou por compreender esta nova vaga de refúgio. Aqui, neste Diário, algumas dessas pessoas só ara dizer somplesmente "concordo" ou "discordo" com a opinião Y ou X, usam o pseudónimo ou anonimato. Se queremos fazer valer os ideiais de Carlos Cardoso, de Mandela, de Samora Machel e de tantos outros, heróis de uns, odiados por outros, não temos que nos refugiar em anonimato. Acho estranho. Mas, enfim,cada um tem as suas razões. Afinal estamos na democracia como sistema, trazida pelos indomáveis, logo, esperava-se que as pessoas debitassem as suas ideias sem remorso.

    Parabéns a justiça moçambicana. Parabéns Dimas Marôa pela coragem. Zicomo kwambiri ao professor pela rapidez da postagem. Abraços a todos.

    ResponderEliminar
  2. Sobre a Senteca

    Foi exemplar para Cambaza, Atenor e Bulane.

    Exagerada a meu ver pra com o Ex Ministro e Diolinda Matos.

    Mais enfim que sirva de exemplo para os canditatos a cambazadas...

    Parabenizar o Juizo pela Coragem em condenar e denuciar tentativas de intimidacao....


    E viva a justica


    Mausse

    ResponderEliminar
  3. Juiz apavorado (e com uma gripe das antigas), lava sua face com sentenca justa e passa a bola para o Supremo. E pede desculpas aos reus, dizendo que "nao era nada pessoal, mas apenas um exemplo para futuros prevaricadores".

    Tudo nao passaria de um julgamento normal de delito comum, caso nao tivesse, no fim, mandado recados para dentro e fora do Forum Judicial, e ate para o poder politico. Principalmente, caso nao tivesse implorado aos condenados que recorressem da sentenca nos proximos cinco dias.

    Antonito ficou, o ex-Ministro, que empalideceu ao perceber que passara a ser a figura principal do Julgamento so no dia da sentenca.

    Ilibado e com galoes de inocencia, foi o Partido de FRELIMO, que alem de ter a sua escola reabilitada, vai-se desfazer de um incomodo que estava a sujar a sua imagem. Alem de nao ter que devolver o dinheiro a sua legitima procedencia...

    Cambaza assume tudo. E a procissao ainda vai no adro.

    Sera que isto ja e o suficiente para convencer os sponsers da Nacao?

    ResponderEliminar
  4. Acho, mesmo sem entender muito os enquandramentos penais, que a pena do ex-Ministro foi desproporcional com os alegados crimes, pois, primeiro, tal como a Deolinda acho que ele também colaborou bastante, segundo, devolveu quase todo valor em causa, e terceiro, convenhamos que 33 mil dolares são migalhas comparadas com o que os Cambaza e Cia. tem tirado do povo e usado esquemas bastante sinuosos, quando Munguambe, desde o primeiro dia, foi sempre claro acerca da forma como teve acesso a esse valor.

    Não conheço pessoalmente o ex-Ministro, mas se há um crime pelo qual ele deveria ser condenado é ingenuidade.

    Me pergunto se foi um julgamento que buscava justiça ou exemplo a qualquer custo?

    ResponderEliminar
  5. "Me pergunto se foi um julgamento que buscava justiça ou exemplo a qualquer custo?"

    Gostei desta questao...Quanto ao resto, sobre molduras penais, sou mesmo um "pigmeu sem princípios recomendatórios" (Arrone Fijamo), é melhor deixar espaço aos outros, ao Ricardo, umbHalane, Reflectindo e demais...

    Zicomo

    ResponderEliminar
  6. Mumguambe e Diolinda VITIMAS das s engenuidades...O primeiro serviu de bodi expiatorio do sistema???? a 2 acatau ordens ilegais e pelos vistos n so n beneficiaram do Crime Com foram os m prejudicados....

    M como n ha crime sem criminosos alguem tinha de servir de exemplo....

    M a vida é asim mesmo.... Ca se Faz Ca se Paga.....

    ResponderEliminar
  7. 1. Compatriotas, vamos comparar e proporcionar o valor recebido por António Munguambe e ido para a Frelimo e as vezes em sacos.

    2. Dimas não tem direito constitucional de exigir que os pseudónimos se apresentem perante a ele. Se anonimato faz mal, é em primeiro lugar nas eleicões. Pois teria sido bom saber quem havia votado em Chissano ou Dhlakama em 1999. Anonimato faz parte das liberdades.

    5. Quanto às ameacas de assassinato, concordo contigo Dimas. Não devias precisar de ter algum medo, pois que a tua morte nunca será morte do poder judisciário. Odeio bastante ameacas à morte.

    ResponderEliminar
  8. "Anonimato faz parte das liberdades"

    Obrigado, Reflectindo

    Mas é preciso ter presente que as forças da repressão, geralmente inimigas das liberdades, da mesma maneira que descobre quem escreveu para os jornais a coberto de pseudonimos, também descobre quem são os anónimos que fazem comentários nos blogues...

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.