Escrevi assim no número anterior: "Duplo constrangimento de Ivone - prisioneira de duas coisas, refém das tenazes da vida. Obedecer ou desobedecer? Ser célula de um partido ou ser célula de si? - o dilema de muitos, afinal."
Efectivamente, esse é o dilema de muitos militantes de partidos. Onde podemos observar isso? Podemos observar isso, por exemplo, na Assembleia da República. Aqui, confrontados com os adversários do Partido A, militantes do Partido B (ou vice-versa) surgem dizendo não aquilo que seria razoável dizer, mas aquilo que o partido impõe (instintintavamente impõe) que seja dito na luta e na demonização do adversário.
No caso de Ivone, como no caso de outros, houve a fractura com a disciplina partidária e, em particular, com o Grande Chefe do partido. Seja quais forem as causas, essa fractura aconteceu (aliás, isso parece ser uma constante na história da Renamo desde o ano passado, a cissiparidade política) e certamente Ivone deve estar constrangida: agarrou nas asas da liberdade sem ter perdido as da fidelidade. Mas essa contradição não evacua aquilo que nela, como em outros, é luta pelo poder político.
Adenda: esta série deu origem a muitos e anónimos comentários. E creio que uma parte significativa desses comentários vem de gente da Renamo, de gente que parece conhecer um pouco o interior das lutas e das ambições do partido. Finalmente: a propósito de comentários, sugiro a releitura das regras pelas quais devem pautar-se as pessoas que desejam deixar algo delas neste diário.
Formaram-se as comissões parlamentares e indicaram-se os chefes na Assembleia da República. Surpresa minha é que o 2o vice-presidente da AR indicado pela Renamo é Viana Magalhães e José Manteigas, Luís Gouveia, Leopoldo Ernesto são relatores de algumas comissões. Entretanto, estes deputados foram dos que tomaram a posse no dia 12 do corrente. Então, quem assinou a carta sobre a constituicão da bancada e as respectivas chefias? Não terá sido o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama? Ou houve também uma traicão e podemos interpretar que Afonso Dhlakama está totalmente desligado aos deputados da Renamo?
ResponderEliminarUma coisa, posso em parte concordar com a Zenaida que Afonso Dhlakama tenha recomendado a tomarem posse da maneira que fizeram. Entretanto, ainda me questiono que sendo assim, se ele teria reflectido sobre o sinal que dá no partido em relacão a sua figura. Por outro lado, quero acreditar que os deputados da Renamo serão dos mais livres da disciplina partidária. Será?
Amen!
ResponderEliminarAleluia!
Nao houve insultos!
ResponderEliminarHouve críticas.
As criticas, boas ou más, sao para ser ditas.
Caro Reflectindo,
ResponderEliminarSinceramente pasma-me a sua recente "inocencia" relativamente a Renamo. Acreditou mesmo que a tomada de posse dos ultimos deputados da Renamo tinha sido à revelia do líder? Acreditou mesmo que aqueles senhores estavam finalmente com a razão e que deveria faze-lo,mesmo indo contra a disciplina partidária? Por acaso o meu amigo acha que o Dhlakama ainda reflecte sobre os seus actos? Já fez tantas, já disse tanto, porquê acreditar nisso agora? Não sejamos ingenuos, está na hora de abrirmos os olhos e não permitirmos que continuem a brincar connosco como sempre fizeram. Devemos exigir dos nossos politicos posições e atitudes que nos levem a mudar a nossa situação actual.Essa mudança só virá quando nós os populares formos menos tolerantes com as coisas menos boas e sermos mais exigentes para as boas. Façamos a nossa parte com consciencia. E amizades á parte!