Outros elos pessoais

21 janeiro 2010

O duplo constrangimento de Ivone (3)

Mais um pouco da série.
Se se mantém na disciplina partidária e obedece a Afonso Dhlakama (na Renamo o poder político parece ser mais visivelmente, menos disfarçadamente cesarista do que em outros partidos), não toma posse como deputada, sofre com isso, gostaria de apresentar as suas ideias na Assembleia da República, gostaria de ser ela e não um mero e acéfalo apêndice partidário.
Se rompe com a disciplina partidária e toma posse, como tomou, sofre na mesma, primeiro porque sabe que agrediu aquela obediência infinita, divinizada, reverenciosa, que certos chefes tanto prezam (mesmo chefes fora da Renamo, há quem pense e faça continuadamente passar a mensagem perversa de que o cesarismo é apenas renamiano) e, segundo, porque recebe muitas críticas, seja do seu partido, seja de fora do seu partido, em ambos os casos singrando, entre outras, a teoria de que ela, como outros, apenas pensa nas mordomias.
Duplo constrangimento de Ivone - prisioneira de duas coisas, refém das tenazes da vida. Obedecer ou desobedecer? Ser célula de um partido ou ser célula de si? - o dilema de muitos, afinal.
(continua)
Pergunta: prosseguem os ataques contra a pessoa aqui em análise. Por que razão os autores dos ataques, muitas vezes insultuosos, ficam anónimos, por que razão se escondem atrás de pseudónimos?

6 comentários:

  1. Ivone não foi eleita pelo círculo da Zambézia, não tem ramificações algumas com esta Província, o tio Afonso Afonso Dlakhama coloco-a na lista dos deputados retirando assim o lugar aos membros do partido daquela Porvincia.
    Ninguem a conhece lá!
    senão como...sobrinha do Velho.
    Que saibamos, não participou em nenhumas eleiçoes de base.
    Sabia de antemão que se concorresse por Maputo Província ou Cidade, não passaria!!!
    Tem algum mérito?
    Na Renamo, tudo é possível.
    Como muitos aqui o disseram, deve explicar porque que tomou posse, sendo ela uma das defensoras rehindas das atitudes do tio.
    Estomago meu!!!!
    M.M

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  2. É preciso que seja da Zambézia ou que tenha alguma ramificacão à Zambézia? Acho que não! E se tomou posse, foi porque o Parlamento achou que ela reúne os requisitos necessários para tal, não é?

    em Mocambique tudo é possível.

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  3. Se estivessemos em Italia e eu me chamasse Berlusconi, diria que a AR precisa de ter caras bonitas por la. E se forem inteligentes, tanto melhor.

    Brincadeiras a parte. O deputado, seja qual for o seu metodo de eleicao, deve representar o seu circulo eleitoral. Seria uma falta de respeito para com os seus eleitores deixa-los orfaos, desprovidos de voz no teatro da Nacao.

    Em politica, as mudancas sucedem. Dependem e dos momentos. Se entendeu Ivone perfilar-se e demarcar-se do seu lider, entao esta claro que, ao lider so lhe resta entregar o martelo do poder (se e que ainda o tem). E ainda bem que assim e, porque afinal, sera a RENAMO (e nao a FRELIMO) a partir a espinha do seu lider. Poupando-nos todos a um conflito armado se eira nem beira.

    E nao e obrigada a explicar nada a ninguem. Porque para TODO entendedor, uma atitude basta. Pedir mais do que isso e SADISMO POLITICO.

    Por isso, parabens Ivone Soares, o sistema agradece. Nao e o melhor do mundo, mas ele so mudara se alguem se bater por tal. Os ausentes nunca ganharam nada.

    Disse

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  4. Os deputados deviam ser independentes.

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  5. Concordo com o Chacate, talvez assim tivessem masi lucidez para abordar as questões e consequentemente seriam mais produtivos.

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  6. Neste e outros casos sim!
    Seria o ideal, muitos seriam chumbados logo nas eleiçoes de base.
    Os aprovados, seriam os legítimos respresentantes do Povo

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