Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
01 janeiro 2010
Maputo: as duas cidades
2 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Ligeiramente igual, talvez seja o termo mais adequado.
ResponderEliminarSe à altura da Independência havia uma cidade Branca (toda a zona de Cimento, com excepção da Baixa, Malanga e Alto-Maé, que eram essencialmente habitados por mestiços, indianos e chineses). E uma cidade Negra, que compreendia todo o subúrbio.
35 anos depois, a situação pouco se alterou, porque a cidade Branca (ou o que resta dela) ainda lá está. A mestiça, indiana e chinesa idem. E a negra também. Com as mesmas regras, com a mesma traça.
O denominador comum em todas as épocas é o factor económico que municia e preserva determinado padrão de vida, que originalmente, por factores historicamente conhecidos, estava mais ao alcance da comunidade branca.
Os condomínios, respeitam o mesmo padrão, porque também apelam à capacidade económica de sustentar e preservar aquele padrão de vida. Inferindo-se daí que, os que lá vivem, têm posses. Esse, aliás, o critério de selecção fundamental.
Também, é a manifestação mais crua do aprofundamento do fosso entre ricos e pobres, amplificando as distâncias entre ambos.
Novas culturas urbanas, novas incubadoras sociais em ambiente estanque, onde tudo é perfeito, como no Primeiro Mundo, ante a postura atávica de alguns dos seus surpreendentes habitantes. "É a Globalização", justificam-se... perante os burgos do outro lado e em coro com os senhores feudais do Castelo lá de cima.
Maputo, uma cidade cada vez mais próxima de Luanda e do Rio de Janeiro...
Será por causa das novelas?!
Sim. Já aqui falei em São Paulo a propósito de Maputo. Infelizmente não temos, ainda, estudos de assimetrias sociais, entre as quais a habitação e a gestão do espaço urbano caberiam e cabem.
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