Outros elos pessoais

20 dezembro 2009

Cimeira do clima sem resultados imediatos


A cimeira do clima em Copenhaga terminou sem resultados imediatos. Confira aqui.

2 comentários:

  1. Há algo de podre no reino da Dinamarca.

    W. Shakespeare


    Como muito bem disse o Professor Serra em posts anteriores, em Copenhaga, discutia-se tudo, menos o clima.

    E nesta frase da Deusch Welle se resume todo o assunto:

    "(...)Os chineses não querem fiscais em seu país; os europeus não querem elevar suas metas de redução de dióxido de carbono (CO2); os norte-americanos não querem avançar demais. Os africanos queriam muito mais dinheiro, mas têm um problema em prometer transparência quanto à forma como ele será gasto. No fim, a ameaça era de impasse total (...)"

    Por outras palavras, as preocupações dos emergentes de não interromper o seu crescimento económico e dominar fontes energéticas alternativas ao Petróleo, como o Carvão por exemplo. O problema é que qualquer das premissas implica também num aumento significativo da emissão de CO2. Considero pura demagogia o que Lula disse. Porque afinal, o que o Brasil irá emitir a mais em CO2, será comprado na CPLP como quotas de Carbono, ou até, com a pequena industrialização na mesma localização, a qual poderá alimentar a grande industrialização do Brasil. E da China. E da índia. Aqui, ninguém é inocente, porque todos têm agora a oportunidade de se livrarem de vez do jugo económico americano e europeu.

    Tentou-se algum compromisso, para responder as grandes preocupações dos EUA. Porque a América reduzindo a sua quota de emissão de CO2, o custo de produção da industria americana seria agravado, possivelmente haveria uma tábua rasa em relação aos emergentes do ponto de vista de mercado, mas do ponto de vista interno seria um desastre nas políticas que OBAMA tem defendido para levantar a economia da América.

    Em relação à Europa, mesmo estando esta num processo mais privilegiado do que os EUA na conversão para fontes energéticas alternativas aos combustíveis fósseis, os seus receios, são idênticos aos do EUA. Se África aceitasse a proposta inicial de receber ajuda no quadro do FMI e Banco Mundial - por outras palavras- subsídios que estimulariam os Investidores Europeus a deslocalizarem para África parte de sua indústria, para que estando esta próxima das fontes energéticas alternativas (bio-combustíveis, solares e eólicas), os seus custos de produção fossem competitivos em relação aos dos emergentes, então pela Europa, haveria acordo.

    Os Africanos, de um modo geral, mesmo que tivessem um Agenda, só poderiam usar a única arma possível. Negociar os royalties dos investimentos dos emergentes, americanos, europeus, asiáticos o máximo que pudessem. Porque a história da transparência aqui, seria em relação aos investidores. Porque esta, é realmente uma longa história muito mal contada. E aqui tiro o chapéu a Paul Kagamé, o único estadista Africano que, sem papas na língua, assumiu que são muito melhor os investimentos e não a famosa "ajuda ao desenvolvimento" que irão levantar África, à vista do descaminho que os próprios doadores dão à ajuda, antes mesmo desta chegar às mãos dos primeiros corruptos do continente.

    Porque os líderes africanos têm a mesma certeza que eu sempre tive. É que em circunstância alguma, nem emergentes, nem desenvolvidos permitirão algum dia a industrialização do continente negro, capaz de competir com os demais continentes.

    O exemplo da RSA, mostra o quão difícil é manter uma indústria semi-avançada. E mesmo assim, como muitas cedências e abertura total a possíveis competidores. O que já não acontece na América nem na União Europeia.

    Em suma, a cor do dinheiro, falou mais alto do que a preocupação universal. A DUBIA está criada e a factura a ser elaborada por todos.

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  2. Mesmo com o exagero que alguns ambientalistas quiseram colocar no assunto, para "forçar" um acordo a qualquer preço, as evidências são tão reais para serem ignoradas.

    Mas quer a América quanto a Europa poderão reverter o jogo se quiserem. Mas para isso, têm de dar o exemplo. E isso, significa cortar o consumo energético. Porquê apelar ao consumismo, se é possível apelar ao racionalismo. O cidadão médio europeu ou americano deve adoptar um novo estilo de vida virado para a poupança energética. Mas o que é que vimos até agora? Nada, mostrem-me alguma política europeia ou americana que ilustre isso.

    Dividir a factura climática com África nos termos em que foi colocado é cínico. "Você alugam-nos as V. terras para nos alimentar e manter o nosso estilo de vida (...)porque o espaço aqui é tão exíguo, que batemos fundo(...)". Em compensação deixamos aí algumas migalhas, porque afinal, isto é uma parceria inteligente, não é?...

    Alguns despreocupados, como Ban-Kim-Moon acreditam que daqui a mil anos, viveremos possivelmente na LUA, por isso, relaxem cidadãos que um dia, tudo se irá resolver...

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