Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
08 dezembro 2009
Biliões em Copenhaga
13 comentários:
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100 biliões ou cem mil milhões de dólares?
ResponderEliminarSeja como for, o importante é que este dinheiro seja efectivamente usado para o fim a que se destina e na íntegra.
E não, como os famosos pacotes de ajuda ao desenvolvimento, que são normalmente repartidos em 50 % para consultorias, estudos de viabilidade e salários de expatriados; mais 25% para viaturas, workshops, viagens e seminários e os 25% finais para alimentar a corrupção nacional (20% dos salário dos consultores, como pré-condição de renovação do contrato) e mostrar aos fazedores de opinião de que há intenção de se fazer alguma coisa.
Eu penso que a má experiência recente dos programas de combate ao SIDA e o NEPAD em particular, faz-nos inferir que estes meus receios não são infundados.
Tal como escreve Chika Onyeani, os africanos devem parar de ser pedinchões. Logo o que seria interessante ouvir também dos líderes africanos nessa conferência, era a colocação de pré-condições vantajosas para o continente viabilizar a intenção do primeiro mundo em deslocalizar para o continente negro suas fábricas, suas fontes energéticas e mão de obra também, por uma questão de sobrevivência vital. Porque isso irá consumir a muita energia que o continente negro irá precisar no futuro. Partindo da premissa de que hoje em dia, África ainda é pouco industrializada.
Ao pressionarem apenas na questão monetária, o africanos afinal estão a lançar a toalha ao chão, confiando aos europeus e asiáticos a tarefa de responder à procura de bens industrializados. Mesmo porque, mesmo que o desejassem, ainda teriam a OMC para lhes limitar os movimentos. Mas também é um facto indesmentível que a má qualidade ambiental no primeiro mundo, por um lado, mas também os custos ambientais na formação do preço do produto acabado ao Consumidor, por outro, estão a fazer estremecer muitas dessas economias. Por isso, até por isto, devemos estar atentos aos ambientalistas "cínicos", que se preocupam bastante com a qualidade de ar na Lapónia, mas querem lá saber do lixo nuclear atirado para as praias da Serra Leoa.
Por fim professor, faço notar que uma das consequências é o sistema de Educação em África, que é moldado para se enquadrar nesta situação.
A confirmação afinal do que Fanon e Onyeani já haviam infelizmente previsto. E como diria Samora Machel, nada é por acaso!
Nao acredito que darem dinheiro a Africa seja solucao pra Africa ou pro Mundo...
ResponderEliminarA Africa nao esta em condicoes de receber tranferencia de tecnologia e maximizar seu aproveitamento, pelo fraco indice de Desenvolvimento Humano.... e dinheiro freco tem estado na origem do agravamento desse mesmo Desenvolvimento Humano...
Penso que Abdul Karim não está atento à dinâmica das coisas...
ResponderEliminarVeja (um exemplo). A Europa vive um problema muito sério de sobrevivência. Quer pela sua taxa de natalidade, que desceu. Quer pelo espaço habitável, que decresceu. Quer pelo espaço arável, que também decresceu, ou baixou de rendimento. Para complementar, existe a percepção, de que os custos ambientais que se irão pagar para manter o nível de bem-estar europeu são muito elevados. Para agravar, as nações emergentes, invadem hoje o mercado europeu com produtos baratos, nem por isso de qualidade superior, mas acessíveis ao europeu médio, cuja existência está ensombrada por aqueles factores.
Será o deficit no desenvolvimento humano de Africa, motivo de preocupação para a Europa? Talvez.
Mas até que ponto?
Neste momento, do modo que a situação se coloca, a Europa pretende:
1. Criar fontes energéticas alternativas aos combustíveis fósseis (argumentos acima), nomeadamente os bio-combustíveis, energia solar e eólica para alimentar as suas necessidades de bem-estar e desenvolvimento;
2. Perante os emergentes, juntar o útil ao agradável. Parar a China em África e deslocalizar seus meios produção para o continente e por meio de soluções door to door manter auto-estradas logísticas de produtos até ao seu Consumidor final e mantê-los competitivos no mercado, protegidos pelas barreiras, quer comunitárias, quer da OMC;
O que África ganha com isto?
Cont(...)
Ganhos relativos...
ResponderEliminarBiocombustíveis. Nenhum, o Africano domina a técnica agricola. Provavelmente, nao tenha a tradição da monocultura. Digo provavelmente, porque a Costa do Marfim (Cacau) é um exemplo que desmente esta asserção;
Energia éolica e solar. São vastas áreas, que só dependem de high-tech e espaço (e África tem muito). Precisa de grande volume de mão de obra? Não, 10 pessoas, um jipe são suficientes para fazer a manutenção de um parque éolico de 10 km2.
Agora vai-me perguntar, e o Petróleo?
Penso que está claro que mesmo os EUA vão deixar de usar Petróleo como o faziam anteriormente. E se ainda não fizeram com mais exuberância, é porque o Dólar foi moldado com o Petróleo.
E os europeus, não querem cair na mesma asneira.
E nós, africanos, quando tudo se decide cá, o que é que estamos a fazer?
Pedir dinheiro. Mas onde é que o iremos gastar?
"Em casa onde não há pão, todos ralham, e ninguém tem razão."
ResponderEliminarSabedoria Popular
Esta é matéria muito sensível, desde logo pelos nefastos prejuízos que são JÁ bem visíveis ao nível planetário - impondo-se uma acção CONCERTADA, e firme.
Mas também pelas diferentes perspectivas políticas, económicas e outras, que os vários "blocos" vão apresentar à mesa das negociações/conversações.
Sem grandes delongas, este é um caso em que se pode dizer - ou remamos TODOS juntos, ou afundamos no mesmo barco.
E não valerá a pena tocar naquele velho, e já muito gasto, disco de vinil, RISCADO, sempre a mesma "música".
Ainda não li o relatório IPCC, mas gostaria de saber qual o contributo de África, as propostas, as soluções que vai levar para a mesa,
para além dos milhões, ou biliões, que estão na MIRA.
É que isso, também é muito importante.
Na minha prespectiva a questao 'e simples...
ResponderEliminarO Mundo 'e quem ? quais as prioridades ? que base defendemos ? o Desenvolvimento das Nacoes ? da Humanidade ? dos mais ricos ou dos mais pobres ? de todos ou de alguns ? .... estas questoes de base vao determinar o mundo que teremos amanha ou nao teremos...
precisa-se de diminuir o CO2... preservar florestas....desenvolver.... evoluir....
nao sei se poderemos falar de desenvolver e evoluir...quando nem conseguimos tomar decisoes sensatas para sobreviver...
Até suspeito que os biliões venham a ser usados como incentivo para encorajar essa deslocalização industrial.
ResponderEliminarNo fundo, fazendo o dinheiro retornar à sua origem, mas com lucros ambientais para o primeiro mundo
África precisa muito de forcados, e estes, ao contrário dos "heróis", que África também precisa, e muito, (e quem não precisa?) não são fáceis de fabricar/engendrar.
ResponderEliminarDiria mais, em África, TODOS têm que ser forcados.
Forcado – Homem/Mulher que nas touradas faz as pegas.
E como são feitas as pegas.
Enfrentando o touro pelos cornos, de frente.
Ver mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Forcado
Ou então pensando com cornos (ou pelos cornos)...
ResponderEliminarKarim
ResponderEliminar"O Mundo é quem?"
Por favor, pode entreter-se AQUI - http://www.worlddreambank.org/D/DUBIA.HTM
Se, e quando o nível das águas subirem, terá a sua resposta, entecipada.
Veja bem, também, o caso de Moçambique.
UmBhalane,
ResponderEliminarVamos esperar o nivel da agua subir...
Os nossos ja se deslocaram dos G77 e entraram mal... a ideia seria fazer o corte com caso de Mocambique... mas 'e muito importante perceber a constituicao dos blocos...
e se o UmBhalane estiver na forma que esteve durante as eleicoes mocambicanas... acho temos algumas boas hipoteses.... a Equipe promete.
Vou agora entreter-me com o link que deixou...
Sr. umBhalane
ResponderEliminarMesmo tratando-se de uma simulação computacional, a probabilidade de tal suceder é grande.
Deveras perturbador...
E, felizmente, o Prof. Serra ao colocar o Post sobre o carvão de Tete, quase que me resolveu o enigma.
Mas vou aguardar até sexta-feira, para concluir o meu raciocínio.
Sr. Ricardo
ResponderEliminarDaí o SE.
Mas eu respeito muito os Cientistas, e os Académicos, os verdadeiros Académicos.
Mas mesmo que não aconteçam as piores previsões, as piores, a alteração climática, a não se fazer nada, vai provocar tais alterações, que a vida não será nada fácil.
E as suas consequências também não.