O Prof. José de Souza Martins é o maior especialista brasileiro de linchamentos e com ele tenho trabalhado um pouco. Extracto de um texto seu divulgado hoje num jornal brasileiro online: "A filha de 20 anos de um metalúrgico operário de montadora do ABC, estudante do curso noturno de turismo da Uniban, de São Bernardo do Campo, e durante o dia empregada de um mercadinho em frente a sua casa, em Diadema, foi moralmente linchada por seus colegas, quase todos trabalhadores como ela. O motivo foi o traje rosa e um pouco curto da moça, que a destacava de suas colegas quando saiu da sala de aula para ir ao banheiro feminino". Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
15 novembro 2009
Por causa do traje
O Prof. José de Souza Martins é o maior especialista brasileiro de linchamentos e com ele tenho trabalhado um pouco. Extracto de um texto seu divulgado hoje num jornal brasileiro online: "A filha de 20 anos de um metalúrgico operário de montadora do ABC, estudante do curso noturno de turismo da Uniban, de São Bernardo do Campo, e durante o dia empregada de um mercadinho em frente a sua casa, em Diadema, foi moralmente linchada por seus colegas, quase todos trabalhadores como ela. O motivo foi o traje rosa e um pouco curto da moça, que a destacava de suas colegas quando saiu da sala de aula para ir ao banheiro feminino". 3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Muito estranha essa atitude e vindo do País onde mais se mostra o corpo das mulheres!
ResponderEliminarO ser humano é muito complicado!
Não tenho como explicar esta atitude.
Puritanismo barato? Inveja? Loucura?
Mistério?
Quando as instituição não cumprem com os regulamentos na medida exacta para todos, a anarquia instala-se. Senão vejamos:
ResponderEliminar1. A "menina" foi naquela NOITE de salto alto,vestido mini-saia vermelho minúsculo (parecia um fato de banho dos anos 20). Ela é alta e tem um corpo jovem, bem vistoso, e ondulante, como as imagens que circulam pela televisão o comprovam. Segundo a vítima: "ia para a balada logo a seguir às aulas(...)". Imaginem agora o que é ir para a escola, já preparada para a festa que virá à seguir...
2. O que é que fez a portaria? Nada, deixou-a passar. O que é que fez a Reitoria? Nada, deixou-a assistir à aulas. Dizem que já a tinham advertido, mas onde está a prova escrita disso?
3.Terá sido o tutor da estudante notificado do seu comportamento antes? Não. Terão sido os pais informados disso? Não. E porquê? Porque o espectáculo agradava a todos, à vítima (exibicionista nata) e aos outros, incluindo a Reitoria.
4.A anarquia que se instalou naquela noite é a consequência directa de naquele dia, a fasquia ter-se elevado para lá do razoável. E o resto foi o que se viu.
5.Sobre a expulsão da mesma, creio ser uma medida justa, caso o regulamento da Faculdade assim o referir. Mas, se a mesma tiver resultado de "rumores", então é uma discriminação injustificável pelo que deveria ser anulada.
Fico boquiaberta que isto se tivesse passado no Brazil...
ResponderEliminarMaria Helena