Outros elos pessoais

11 julho 2009

Ainda o nome para a ponte sobre o Zambeze

O jornalista Lázaro Mabunda (na imagem), de "O País", escreveu sobre o nome que se quer dar à ponte sobre o Zambeze. A parte final de uma crónica sua em duas partes, na qual escreveu dialogar com um amigo de infância:
- Quer dizer, estamos num país minado de “escovismo” e “lambi-botismo”?
– Não tenhas dúvidas. Neste momento, procuram saber quem sucederá a Guebuza após o cumprimento do segundo mandato a partir de 2014 para o escovar...
– Chissano já não é nada? Lamberam-lhe muito?
Já não tem poder sobre este país, por isso, já nem sequer o procuram. Esta seria altura para o homenagear por aquilo que fez em 18 anos, mas hoje é um coitadinho, apenas reconhecido mundialmente, mas ignorado internamente. Olha, nunca vi a OMM, ACLL, OJM e a própria Frelimo juntar-se no aeroporto para receber Chissano porque ganhou um prémio, muito menos o homenagear, mas já vi nesses três anos o quão o Chefe do Estado é polido. Luísa Diogo, uma das poucas figuras emblemáticas que temos, já foi condecorada pelo prémio Global de Liderança 2008, em Hanói, no Vietname e já esteve na lista das 100 figuras mais populares do Mundo. No entanto, não vi essas organizações, muito menos a Frelimo a homenageá-la. Chissano já conquistou variadíssimos prémios, alguns dos quais Chatham House e Mo Ibrahim. Também não foi homenageado, tal como aconteceu hoje. Não estou a menosprezar, porque podem merecer, mas quero demonstrar a cultura de culto de personalidade existente nes te país. Haverá discriminação na Frelimo? Não sei. Prefiro ficar por aqui. Desculpa-me, não me pergunte mais nada!

3 comentários:

  1. Viriato Dias11/7/09 7:01 p.m.

    Sem dúvida, um artigo para reflexão. É mais um daqueles artigos que fica guardado no baú do meu pobre espólio. Por ter dito tudo o Mabunda, fico eu, confesso, sem nada para acrescentar, apenas discordar uma paasagem, claro, legítimo na análise do jornalista, quando considera Dhalakama, etc de bandido e criminoso. Ainda que esteja a dizer a verdade, é, quanto a mim, deplorável! Não foi feliz nesta passagem. Enfim, cada um à sua sentença dos factos. De resto, como disse, um artigo repleto de verdades. Cabe agora a Frelimo ou mesmo o presidente da república colocar à mão na consciência, quem sabe, às vezes pode vir do fundo do coraão um sentimento de arrependimento. Acontece.

    Um abraço

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  2. Porque o Mabunda é Homem ligado ao desporto, vamos lá equiparar a construção da ponte sobre o Zambeze a uma prova de atletismo de 4x100mt, onde participaram:

    1. Mondlane, com o sonho
    2. Samora, com o sonho também
    3. Chissano, ainda com o sonho
    4. Guebuza, com a realização, fez o último percurso, foi ele a cortar a meta.

    > Tratando-se de prova colectiva, ganharam todos, mas porque não ser Guebuza a receber o troféu, em nome de todos??
    __

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  3. Se a modalidade fosse corrida de estafeta?

    Mas sendo de nomes de infrastruturas, acho que Mabunda acertou em cheio e trouxe exemplos ilustrativos. Onde acho que ele foi parcial, embora sirva de alerta, é na questão da Beira, pois sempre como tenho dito, essa coisa de quem matou ou matou mais devia ficar para os competiam para serem os quem mais. Só que eles fecharam o assunto em Roma. A questão da Beira serve de alerta ou assim devia servir aos proponentes para irem ao que é consensual.

    O nome de Guebuza à ponte da Unidade Nacional é contestado sem fronteira política. Viajando pelos blogs, pelos fóruns de debate, vê-se que mesmo dentro do partido dos camaradas há muitos que não estão a favor.

    Espero que Guebuza deixe o nome para a figura consensual: Eduardo Mondlane. Ou então uma das outras propostas que têm vindo do público.

    Ah, imaginemos se Joaquim Chissano esperasse que os projectos que negociou, tais como Cabora Bassa e a ponte sobre o Zambeze terminassem para depois sair do poder ou convocar as terceiras eleicões multipartidária?

    Espero que este debate conduza às regras para a atribuicão de nomes das infra-estruturas.

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