Outros elos pessoais

12 março 2009

Perdoem-me, por favor...

Alguns dos meus mais próximos amigos sabem que fazer este diário é para mim um dever cívico. Porém, hoje foi um dia muito complicado na minha vida, de muita responsabilidade, pois tinha de intervir na Conferência sobre Criminalidade e Sociedade: o respeito pela vida humana, hoje começada no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, cidade de Maputo, cerca das 9 horas. Acordei muito cedo, às 4 horas da nossa madrugada, revendo rigorosamente a minha intervenção. Ainda bem que assim foi. Havia demasiada gente, demasiada expectativa. Ainda bem que me preparei. Perdoem-me só agora aqui surgir. Precisarei ainda de algum tempo para conferir todos os muitos emails que encontrei. E obrigado aos meus colegas Teles Huo, Angélica João, Valerito Pachinuapa e António Leão por todo o apoio prestado na citada conferência.

5 comentários:

  1. Prof. não tem nada que se perdoar!

    Afinal, também é gente talqualmente nós.

    Calma.

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  2. Caro Professor,

    Hoje estava a ler o livro de Philip Braud 2008) "Sociologie politique". La encontrei a teoria de Ted Gurr de frustracao relativa que pode justificar a violencia, manifestacoes colectiva. Essa teoria sugere a existencia de um fosso entre o que os individuos julgam merecer por direito e aquilo que realmente teem. Sugere uma sensacao de insatisfacao, de descontentamento com uma realidade julgada inaceitavel, visto que merecem mais do que realmente teem.

    Dessa teoria percebo uma dimensao simbolica nas motivacoes de violencia. Mas do que a insatisfacao propriamente dita, e a maneira como essa representacao e representada, a imagem que se cria dessa representacao, o referencial dessa insatisfacao que pode levar a violencia.

    Um outro aspecto dessa teoria, e a forma como os autores da violencia constroem os responsaveis, os culpados pela situacao frustrante.

    Penso que a teoria de Ted Gurr e utel para compreender a outra dimensao dos linchamentos em Mocambique.

    Se os linchamentos sao considerados uma forma de violencia colectiva, deve existir um sentimento de frustracao comum, colectivamente partilhado entre os autores deste acto. Deve existir um processo comun de representacao da causa desta frustracao que os linchamentos pretendem combater.

    Eu penso que os linchamentos nao devem ser visto somente do ponto de vista juridico-legal (seguindo o ideal -tipo Weberiano legal-racional). E preciso analisar a sociologia dos linchamentos. Nao tenho duvidas que o Professor, ja enveredou por essa via. Ve-se claramente nas obras que ja escreveu e que eu li incansavelmente e continuarei a ler.

    Bon courage

    Quembo

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  3. Obrigado pela referência. Sim, é vital a forma "como os autores da violência constroem os responsáveis, os culpados pela situação frustrante". Autores da violência e alvos de violência. A teoria tem vários críticos, como sabe. Mas é importante. Se tiver algo que queira teoricamente construir, mande, publicarei aqui com muito prazer.

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  4. Caro Professor,
    Obrigado pela atencao!! vou escrever e trabalhar ainda mais as ideias e depois enviarei para 1 apreciacao e possivel publicacao.

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