Pessoas acreditam que alguém prende a chuva ao céu, outras acreditam que alguém as quer matar introduzindo intencionalmente a cólera na água.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
10 março 2009
Novos cincos de Fevereiro?
Pessoas acreditam que alguém prende a chuva ao céu, outras acreditam que alguém as quer matar introduzindo intencionalmente a cólera na água.
11 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Pois é, o que nao entendemos e nao vivemos nao só se torna bizarro como também "objecto de contenda entre vizinhos". Lá virao os intelectuais íntegros falar da irrelevancia dos que caminham na íngreme margem da pesquisa sistémica, nas picadas do estudo contínuo, nas rampas da procura de percepcao dos fenómenos sociais. Nao se preocupe que eles sempre virao. Mas olha que eles só tomam a palavra para replicar...continuamos a espera que eles pesquisem algo e, enfim, deixem eles próprios de habitar o reino da IRRELEVANCIA
ResponderEliminarPhambeni!!!
Prof. Serra acho interessante a hipótese que levanta. Porém, ressalta uma questao: porquê noutras regiões onde tambem ha carrencias, nao se verificam "cincos de fevereiro"? To a pensar em alguns distritos áridos da nossa província de Tete, onde a chuva parece também estar amarrada. Será que nesses, o Estado está mais presente?
ResponderEliminarAbraços
Jonito
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarProfessor!
ResponderEliminarNós, população de Cabo Delgado, Nampula e Zambezia precisamos de orientação. Estamos em crise e esperávamos que alguém nos indicasse o caminho a seguir. Esse “alguém” não aparece, gerou-se um caos e procuramos uma saida, uma medida alternativa para sair do caos. Se acham que as medidas que nós tomámos, recorrendo ao nosso acervo de conhecimentos, à nossa interpretação tradicional, não são correctas, problema vosso.
De que nos serve o governo se não nos mostra o caminho? De que nos servem as vossas universidades? De que nos servem as vossas políticas agricolas, Se nós nos tornamos cada vez mais pobres?
Deixem-nos aliviar a tensão. Deixem-nos morrer. Quem disse que a nossa morte é pior que a vida que levamos?
Uff Mario!!! Forte esse teu curto comentario!
ResponderEliminar"Quem disse que a nossa morte é pior que a vida que levamos?"
ResponderEliminarFiquei siderado!!!
Estarrecido.
E, nem são precisas grandes deambulações de pensamento para entender o que está escrito, e essencialmente, o que se quis transmitir.
Forte, fortíssimo….
Jonito: obrigado pela pergunta, que alguns e amiúde me têem feito. Deixe-me pensar, "tá" bem? Entretanto, procure ler o primeiro livro dos linchamentos que saiu sob minha direcçcão, especialmente o meu fecho. Que os espíritos manhungwe nos protejam.
ResponderEliminarCaros...
ResponderEliminarGostei da abordagem, da perspectiva...
Incrivelmente o estado da nação é bom...o país está a desenvolver imenso...
Então isto são sinais de que ? Acho que é a resposta da vida real aos papeis e estatisticas dos politicos...
Tsin Tsi Va
Gostei do comentario Jonito e acho interessante Professor analisarmos a questão das mortes associadas a CHUVA na provincia da Zambezia.
ResponderEliminarExemplo: Eu nasci e cresci na provincia de tete, esse fenomeno de amarar chuva não é novo, ném é novidade para mim, sempre cresci a ver e ouvir que a chuva foi amarada, etc.
Em tete sempre que se sente que vai cair a chuva (atraves do nosso conhecimento da vida quotidiana, o conhecimento do senso comum que nos guiou a vida toda)e minutos depois a chuva não cai a aparece um arco iris no céu, isso é sinónimo de que alguem amarau a chuva.
Esse fenomeno acotence sempre em tete, mas nunca ouvi nehum caso de alguem que foi morto ou lutas por causa de chuvas amradas.
Esse fenomeno tem outra dimensão, ao meu ver, POBREZA, FOME CRESCENTE, CRISE.
De Nicolau Zalimba recebi um email com o seguinte teor:
ResponderEliminarCRISE SOCIAL E BODES EXPIRATÓRIOS
Bom dia Professor, é com muito prazer que venho por este meio contribuir com meus conhecimentos ( do senso comum), conhecimentos da vida quotidiana, que fui adquirindo na experiência da minha vida.
O que esta acontecer na Zambézia poderia ter acontecido em Tete por exemplo, digo isso por aquilo que vivi durante anos na minha província. Em Tete existe a crença de que indivíduos prendem a chuva nos céu's pelos seguintes motivos:
1 - Acredita-se que alguns indivíduos por se encontrarem atrasados na preparação da sua terra para cultivo prendem a chuva;
2 - Alguns porque querem concertar sua casa por que se avizinha época chuvosa.
São vários motivos, sempre que aparece o Arco Iris no céu, todo mundo acredita que alguém prendeu a chuva. Se o tempo mostra que cairá uma chuva mas minutos depois aparece o Arco Iris no Céu, todo mundo fica descansado, já se sabe que não mais caira a chuva.
Cresci ouvindo esses conhecimentos e cresci acreditando isso. Existem histórias de pessoas que fazem com que a chuva não caia no seu terreno ou sua casa, ou que faça cair apenas no seu quintal ou machamba.
E todos esses anos nunca ouvi falar em nenhum conflito.
O que esta acontecer na Zambézia pode não ser explicado pela chuva que não cai, mas pela fome, pobreza, crise que se vive, e a agricultura é o sustento dessas famílias, a falta de outros recursos pode levar as pessoas a cometerem esses crimes.
Em tete exietm regiões onde não cai a chuva como casos do distrito de changara, a Cidade de tete e aredores, zonas que anos atras eram potencias em agricultura. E nesses lugares a crença de que existem pessoas que amaram achuva existe e sempre existiu.
É só chegar em tete e perguntar as pessoas o que significa o Arco Iris no Ceu, concerteza muitos responderão que significa que alguem amarou achuva
Obbrigado Mario, foste curto,sincero e grosso;palavras pra que???
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