Outros elos pessoais

20 fevereiro 2009

Parar o vento com as mãos já não é possível

O eng.° Noé Nhantumbo escreve na Beira, com o título em epígrafe, sobre a formação de um novo movimento político liderado por Deviz Simango, alvo de um crescente apoio popular: "O movimento que se prenuncia e que poderá vir a designar-se por MDM, parece arrancar com uma outra base. Logo à partida pode dizer-se que começou com o pé direito. A vitória dos que decidiram abraçar a desobediência democrática nas eleições autárquicas na Beira é um sinal importante do que pode um movimento fazer em termos políticos. Não se pode negar que a vitória foi resultado de trabalho e de uma capacidade de controle e fiscalização que até faz inveja a partidos enraizados e com anos de existência. Vaticínios não vão ser suficientes para parar a vontade popular numa situação em que de ano para ano vai piorando a vida das pessoas. Os moçambicanos mesmo sem recurso a grandes esforços têm tido a capacidade de aprender que os políticos que os procuram conquistar, são muitas vezes movidos por sentimentos que não são de confiar. Tudo o que as sucessivas legislaturas tem produzido deixa muito pouco a desejar. Os problemas remetidos ao Parlamento acabam quase sempre sem as soluções desejadas mesmo quando a razão está do lado de quem se queixa."

6 comentários:

  1. É publico o quanto eu aprecio o que escreve o Engº Noé Nhamtumbo.

    Só não uso aquele outro termo, tão caro ao Prof. Doutor Carlos Serra, porque:

    1 – seria plágio;
    2 – daria azo a más interpretações, pois há sempre aproveitamentos.

    Adiante.

    Desta vez estou em desacordo parcial com Noé Nhantumbo.

    É possível, sim, parar o vento com as mãos…temporariamente.
    Mas pára.

    Explico melhor.

    Quando o vento começou a soprar, vindo do Zimbabué, alguns lhe pararam o vento.
    E não foi só o velho, Mr. Mugabe.
    Sozinho, desconseguia.

    Aquele vento, de mudança, não “prestava” mesmo!
    Por isso se parou.
    Sabemos, TODOS, como.

    Temporariamente.

    Isto se repercute na região.

    Agora o “nosso” caso.
    Fazer o quê?

    “Um novo movimento político para ter pernas para andar vai significar muito trabalho num ambiente político em princípio hostil.”

    Pois é! E como. Se preparem.

    Ninguém vai dar a ninguém. Ninguém vai querer perder privilégios.

    Se preparem.

    O vento vai ser parado com as mãos, sim,…temporariamente.
    Quanto tempo, não sei.
    Não sou macangueiro mesmo.

    Agora, o ideal seria que tudo corresse nos conformes.
    Cepticamente muito duvidoso, mesmo.

    O “ideal” seria o regime implodir por dentro.
    O mal menor.

    Onde é que eu já vi isto?

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  2. Caro Eng. Nhantumbo

    O "seu" trabalho está completamente replecto de citat ou melhor links talvés melhor seja elaborar algo pessoal com menos links. Aqui, onde me encontro a estudar nunca em momento algum um trabalho igual seria aceite. Bom é minha observacão, sem querer desacreditar a sua inteligência.
    Mingas

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  3. “Parar o Vento com as Mãos” – Quando em Caso Inédito da nossa Incipiente Democracia, a Formação de um Partido Político gera Contestação!!!

    O país ainda não se refez do choque tremendo que foi o recente afastamento dos dois melhores Autarcas, pelas suas respectivas formações políticas! Falo-vos dos conhecidos casos de Eneias Comiche em Maputo e Deviz Simango, na Beira!! Se essas decisões catastróficas “esfaquearam” aquilo que é nosso entendimento de uma “boa governação”, nós a sociedade civil somos os únicos capazes de mudar o curso dessa situação, especialmente quando essas “elites partidárias” insistem (mentem) que estejam a fazer a nossa vontade!!!

    Os “espinhos” que vão na mente e na alma deste povo se quebraram e um movimento espontâneo de cidadania se levantou e mostrou que mudar o “curso do rio” é algo possível e que só depende de nós!! Nessa altura, os “acomodados” e a sua “academia” se debruçaram em teorias de todo o tipo, recorreram a “evidências históricas” da mais variada gama e esgrimiram todo o tipo de argumentos para “provar” que nunca seria possível vencer, fora de uma “plataforma partidária”! O termo correcto usado na altura foi “chupeta partidária” porque os “detractores” dessa iniciativa de cidadania e democracia, assentavam a sua abordagem num contexto que não fugia muito da “caricatura”!!!

    Num “movimento de génio” que já estava a tardar e, porque já não é possível coabitar com a “Oposição Retrógrada”, decidiu-se avançar com a criação de um “Novo Partido Político” alicerçado nas forças vivas da sociedade e que se assente em princípios de democracia, comprometido com a instalação de um Estado verdadeiramente de Direito e que respeite as nossas liberdades individuais e colectivas!!

    E não é justo e todos sabemos (não tarda que quem não saiba, fique a saber) que o que está em jogo não é o prospecto da extrapolação do “Movimento da Beira” à escala nacional!! Essa ânsia de mudança existe e já está enraizada neste povo, faz tempo!! A única coisa que sempre faltou foi “alternativas políticas credíveis”!!

    E os “sinos de emergência” começaram a tocar de forma não prevista e bastante ensurdecedora!! Num movimento sem precedentes e numa nação com mais de 500 partidos políticos (o exagero aqui é propositado), a criação de um novo partido político está a ver contestação, sob as mais variadas formas!! Não há memória (e aqui peço que os leitores me elucidem) que a formação de um PARTONAMO, PAREDE, PARENA, PADELIMO, PANAOC, PANADE, PADRES, PUMILD, etc, tenha merecido a menção ou comentário de quem quer que seja!! Então, porquê agora?? (Aqui há gato!!!)

    Se as verdades começam por ser “caricaturadas”, a fase seguinte é serem “fortemente combatidas”!! E isto que estamos a observar, neste momento!! A minha intuição mostra que os anteriores “detractores” do Daviz Simango, os tais que diziam que ele nunca iria vencer e que recentemente festejaram com o “virtual” desaparecimento da Oposição, cientes que teriam um período à frente de relativo “descanso político”, se vêem confrontados com um movimento que pouco podem controlar ou prever, mas que percebem que “num click” pode mudar a realidade política desta nação a sério!!

    Os “detractores” estão com medo, muito medo!! E posso garantir que têem razões quanto baste para que se sentam assim!! A realidade é mesmo essa!! “You’re dealing with an unstoppable train!! Não é possível travar o vento com as mãos"!!

    Um dos argumentos ora lançado pelos “detractores” foi que o novo partido não é boa ideia porque se estaria a promover a “eliminação do político em detrimento do tecnocrata”!! Mas é exactamente isso que muito sectores da economia desta nação precisam!! Trevor Manuel referiu há dias que a competência deve ser valorizada à fidelidade e confiança políticas! Se não conseguimos produzir tomate e repolho para o nosso auto-sustento, melhor indicar alguém que entenda de “agricultura comercial” e “desenvolvimento agrícola” em vez de um “sindicalista”!! Se não existe plano ou entendimento algum de infra-estruturas públicas e desenvolvimento de política habitacional, experimente indicar alguém que entenda do sector para ver se não fará melhor figura que um “agrónomo” ou uma “psicóloga”!! Vamos deixar os políticos “aquecerem o banco” um bocado e beberem água, enquanto descansam, para vermos como irá mudar o curso do jogo!! Já os tivemos quanto basta e continuamos a andar aos círculos! É altura de mostrar serviço palpável e não folclórico! É altura de produzir! É altura de construir!!

    Outro argumento “fantástico” e discutido fervorosamente no “Reflectindo” é que se “deve ter calma”!! Eu digo que NÃO!! O que se deve ter é PRESSA!! Este partido já deveria estar legalmente constituído “ONTEM”!! Aqui não há tempo a perder, porque este povo já está cansado de esperar!! Se alguém tem dúvidas do que estou a referir, então nada perde em esperar!!! Como bem referem, o tempo até lá é mesmo curto, pois não?!?

    Concorrer nas eleições deste ano será uma “WIN-WIN situation”!! Só se tem a ganhar porque o partido vai lançar a sua chama pelo país inteiro!! Não em jeito de “aquecimento”, mas para vencer e vencer a valer!! Só se tem a ganhar, porque a “máquina de desestabilização” não sabe ainda por que pontas se agarrar!! Só se tem a ganhar porque, com a “fertilidade de terreno político existente”, o povo está a espera e essas sementes que forem lançadas não terão outra hipótese senão germinarem e darem frutos suculentos e saborosos!!

    E não se vence com “muito dinheiro”!! Vence-se com um movimento assentado em “grassroots”, em campanhas “porta-a-porta” nos vários círculos eleitorais, com envolvimento desta juventude sedenta de mudanças!! Vence-se com um movimento que seja representativo dos vários extractos da sociedade, das várias regiões do país e que promova a excelência e a competência!! Há muita gente alienada neste país e na diáspora, que não vê a hora em contribuir com o seu zelo e saber para o engrandecimento desta pátria!! Os combatentes e guerrilheiros já fizeram a sua parte por esta nação!! Este é o momento de passar a “tocha” a um novo tipo de liderança, que não governe este pais com um sentido de “propriedade” ou que nós, o povo, lhes devemos algo!! Novo tipo de liderança comprometida com os desafios do progresso e do desenvolvimento deste Moçambique, nossa Pérola do Indico! É momento de intelecto, empenho, pouco blá blá e muita acção!!

    Vence-se com um movimento que, imbuído pelo apoio e suporte das forças vivas da sociedade, se predisponha a agir como entidade por ela “contratada” para gerir e administrar as nossas causas comuns, “our common enterprise” (e não o contrário)!!

    Como tenho referido em várias das minhas postagens, os governos africanos padecem de um problema grave que é a “falta de legitimidade dos seus povos”!! Esses dirigentes sabem-no perfeitamente e que muitas vezes não vencem porque os seus povos os escolhem, mas por razões que se prendem com a partidarização, das unhas até aos dentes, de todas as “Instituições Democráticas”!! Nesse cenário, fica difícil trabalhar para aquele que sabemos que não vota “em nós”!! Esses viram os “nossos inimigos”, passando a actividade principal a ser a concentração de riqueza ilícita para nós, nossos vassalos e demais parasitas associados!! Chegamos ainda ao cúmulo em que, mesmo aqueles que continuam a ser a “nossa massa eleitoral fidedigna”, com excepção de uma minoria restricta, não vejam os resultados da governação do dia, na realidade prática das suas vidas (Gaza que o diga)!!

    Então, pra quê insistir com a mesma tecla??? Tem que haver uma razão!! Será que os especuladores poderão chamar isso de tribalismo?? (Se notarmos que grande parte, senão a totalidade dos “detractores” do novo partido sejam da região Sul, até que poderiam ter um “caso forte” a apresentar).

    Que venha o novo partido!! Que venha uma lufada de ar fresco!!
    “Que venhaaaa ahha, Que venhaaa”!!

    P.S – Espero que a sigla desse partido não esteja cheia de “PA’s, DE’s, MO’s e Companhia Limitada!! Que se adopte uma sigla “simples” como a das novas faces partidárias da SADC, casos do ANC, MDC, etc!! Que o novo partido se chame “MDM” (já que tudo se move ao ritmo da “integração regional” mesmo….)!!
    JONATHAN MCCHARTY – 17.02.2009
    IN HTTP://DESENVOLVERMOCAMBIQUE.BLOGSPOT.COM/

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  4. Caros/as,

    A democratizacao e nao necessariamente a democracia da liberdade as pessoas se expressarem como quiserem. Sao igualmente livres de cometer erros nos seus pronunciamentos: dai os erros do Noe Nhantumbo fazerem parte desse processo. Deixem-no se expressar como quiser.

    Noe Nhantumbo traz discurso populista (vontade popular e bla...bla...). Me parece que e da escola comunista e nao propriamente democratica.

    Pessoalmente nao vejo nenhum problema com o novo partido. Mas o forcado/ encomendado lider (Deviz Simango) parece ideologicamente ausente. Dr. Serra tem feito esforco em contacta-lo para saber algo. Politicos de seculo XXI se expoem e nao esperam que alguem lhes telefone para se explicar.

    Um pretenso lider politico, que espera a maneira de nhacuauas, mphumus, regulos para serem venerados por academicos, mostram a primeira os suas fraquezas.

    Sou tambem da opiniao de que "as maos vao parar o venho". Vejo as coisas do ponto de vista de interaccao socio-politica e economica em Mocambique. Se Deviz e mesmo de consenso nacional poderia optar por uma candidatura independente para se testa a si proprio e testar a leadade de seus apoiantes que estao a cavar a "sepultura politica" para ele. La na minha terra "paka binga" (gato bravo) e paciente e sabe dar golpe de mestre

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  5. Espero que Noé vos possa ler, julgo saber que nem sempre é fácil ter internet na Beira.

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  6. Porque algumas pessoas se escondem no anonimato? Dialogar é possível em Moçambique.A guerra civil por uns teimosamente denonimada de desestabilização libertou o discurso e trouxe essa possibilidade. Ainda somos livres de ter opinião... Noé Nhantumbo

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