Outros elos pessoais

14 fevereiro 2009

Dormindo nas ruas de São Paulo



É impressionante a quantidade de gente que dorme nas ruas de São Paulo. Circulando pelo mundo de avenidas e ruas a partir do Parque D. Pedro II, da Praça da Sé e da Praça da República, a pé ou de ónibus, tenho visto grupos de pessoas dormindo junto às paredes dos edifícios, nos parques e nos passeios, muitas vezes em pleno dia e com a chuva a cair (tem chovido em São Paulo). Por pudor não os tenho fotografado. Tenho para mim que todo o mundo acha isso natural, acha natural essa paisagem de gente excluída do bem-estar num país rico como é o Brasil. Já o ano passado escrevi sobre o tema. Finalmente, confira aqui, aqui e aqui. Fotos reproduzidas daqui.

6 comentários:

  1. Como bem sabe, a questão não está em o país ser rico ou pobre: está na distribuição.

    Também nós somos um país rico, ao nível do potencial de recursos por explorar, quase virgem ... bem, no caso das madeiras e do camarão a virgindade foi-se, pecocemente.

    Como medida anti-crise, Lula da Silva(a exemplo dos USA e UE) aposta também no investimento público para gerar emprego e procurar resolver problemas estruturais.

    Prometeu construir 1.000.000 (um milhão)de casas até 2010 (quinhenta mil por ano)... Oxalá que alguns desses desafortunados possam ser contemplados.

    AM

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  2. Nao acredito muito ...isso nao passa de estrategias de Marketing politico para ganhar eleiçoes---o problema central e´o do déficite de consciencia social reinante entre os latinos e afectados pela latinidade.

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  3. Será mesmo problema de latino ?

    Já visitou a Índia, os países da ex-URSS, os EUA, os países africanos ex-colónias inglesas ? em todos eles assistirá, abundantemente a cenas degradantes de insencibilidade.

    PT

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  4. 00h 30m em frente ao Teatro Nacional D. Maria II em Lisboa vi uma situação que me deixou aflita:
    mendigos que pareciam dormir mas de repente apanharam o cartão (que lhes servia de colchão) e os seus pertences.
    Passou então um carro camarário que fingidamente lavou ( molhou ) o chão e também salpicou os pertences que entretanto os mendigos colocaram em cima de um muro.Fiquei em silêncio , meio paralisada... e tentei saber mais.
    Explicação ?
    Estratégia para os afastar de um sítio turístico e exposto porque todos os dias passa um carro que transporta os sem abrigo para um local onde podem dormir e tomar banho, mas muitos não querem....
    e não podem poluir a visão dos outros , lá pensou alguém.

    Não entendo o sentido que pensamos como futuro.
    Percebo que não basta dar casas aos sem abrigo e nem rendimento mínimo.
    As pessoas têm de sentir que são úteis a si e aos outros!
    Saúde mental, social, familiar e física antes do emprego?
    Sim, podemos dar esmolas , ou subsídios , ou casas... (para não sermos roubados e evitar crimes? )
    Existirá no futuro a possibilidade de 100% dos seres humanos terem dignidade e respeitarem os direitos dos outros?
    Tudo devia começar no berço ( mas quem tem culpa de nascer de pais impreparados, ou .... ???????? )
    Na minha opinião somos todos responsáveis por todos que nascem, ou devíamos ser !
    E as escolas deviam acrescentar sabedoria e não só conhecimentos.
    Vivências desde a pré-primária de 'qualidade' e não quantidade, com aulas de cidadania e de fortalecimento pessoal, e que tal ? com generosidade, afectos e bem estar?
    Que país começa?
    O dinheiro despendido para remediar o mal dos jovens e adultos à deriva,será sempre muito superior ao da reestruturação do 'ensino' !
    Abandonámos ser Humanizados e passámos a ser 'Egoístizados' ?
    Porque quando bem formados, suponho, que faremos tudo por nós (em primeiro lugar )
    mas longe do egoísmo! suponho que faremos o que nos dará prazer...
    e dará prazer ser correcto e ser digno!
    Sonhos ?
    Não sei!
    Dorme meio mundo na rua....
    e o outro meio mundo.....
    a 'andar' está a 'dormir' !

    Florbela Silva

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  5. Bendito País(es) que tem carros camarários para transportar indigentes para casas onde podem tomar um banho, calçar umas meias lavadas (pelo menos), comer uma sopa bem quente, dormir numa cama quente (debaixo de um tecto).

    Pena que não o haja em todos os lugares necessários.

    E é bom aparecerem os carros camarários a desinfectar os locais indevidamente apropriados de urina, vinhos/cervejas (outras bebidas), seringas, lixo e cheiros nauseabundos.

    É bom mesmo.

    Quanto à ocupação desta gente a quem o infortúnio bateu à porta, isso já é outra conversa, e há muito por fazer...aí até estarei de acordo.

    Há muito que fazer...

    Haverá interesse?

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  6. Tenho para mim que cada vez mais haverá excluídos. E existem diferentes tipos de excluídos, claro. Uma tese absolutamente apórica: a produção de mercadorias no capitalismo é homóloga da produção de excluídos...

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