Pude escutar intervenções interessantes, foi para mim um privilégio ter podido participar.
Porém, não é sobre isso que desejo falar.
Desejo falar sobre a produção de África enquanto território epistemológico, enquanto categoria de pensamento.
Aqui e acolá, especialmente em livros, fui tomando contacto com aquela infra-estrutura que regra geral habita a definição do continente, infra-estrutura com vários eixos, mas todos confluindo numa mesma percepção: a de um continente cuja história está congelada numa série de clichés.
Assim, por exemplo, a identidade social do continente começa e acaba quase sempre numa estrutura parental tomada por invariável: povos matrilineares, povos patrilineares, povos de parentesco misto, tudo isso inscrito em grupos linhageiros. É nesta estrutura frigorificada, obra quer de cientistas sociais quer dos leitores da página de opinião do nosso "Notícias", que depois se enxerta a história. Por outras palavras: África é uma tradição genética, imutável, que cada Africano transporta em si e que é bem mais indelével do que a tinta que usamos nos processos eleitorais. Faça-se o que se fizer, só podemos ser o colectivo sem fissuras. E se história há, ela só pode ser tradicional. Se não for tradicional, não é africana.
Professor! gostei desta peca.
ResponderEliminarProf. está em Madrid e esquece os amigos k tem aí! Como assim?
ResponderEliminarPermite-me nao concordar. Por exemplo Basil Davidson, Walter Rodney e outros. Provavelmente depende que tipo de historicos que estao escolhidos?
ResponderEliminarum abraco