Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
28 novembro 2008
Fraude e efeito tenaz (3)
9 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Professor Serra
ResponderEliminarSe usa o termo ideologia no sentido de falsa consciência, permita-me discordar desse significado que, no meu parco entender, foi mal interpretado dos escritos de Marx. O marxismo ortodoxo foi quem difundiu esse significado do termo ideologia.
Andei atrás do mesmo signficado no prefácio à segunda edição da economia política e, cruzando com os escritos gramscianos, parece-me que o sentido é bem diferente: sistemas de ideias que possibilitam a compreensão dos problemas.
Apenas concordo em que a Renamo difunde ideias de Fraude como forma em que ela compreende o processo eleitoral. Agora, se ela é um embuste para os seus dirigentes, ali é discutivel.
Ela agarra-se na Fraude, provavelmente, não por estar cêga ao que acontece, mas apenas como justifitiva para a sua fraqueza.
Este é o meu ponto de vista.
Abraços
Fraude sempre existiu. Directa na boca das urnas, no apuramento e nao nos esqueçamos das jogadas nos bastidores, como o acto de obrigar os funcionarios publicos a serem membros da frelimo, a ostracização de todos que pensam diferente, o uso abusivo dos meios dos estado nas campanhas e no trabalho partidário, Etc, etc. Tudo aquilo que não se deveria fazer se houvesse ética. Por outro lado a Renamo chora a e não mama por culpa propria. é desorganizada, ha uma ruptura entre a base e o topo. Nestas eleições poderá ter havido fraude mas as diferenças são muito grandes para infulenciarem os resultados, salvo Nacala, Beira, Gurué e mais alguns. Fiquei estupefacto com as declarações do Mazanga na STV. o QUE ESTE SENHOR ANDOU FAZENDO NOS BANCOS DA uNIVERSIDADE? A Renamo foi baixando de quorum no parlamento por culpa propria, não por causa dos intelectuais. Parou em 94 e não evoluiu. Entretanto a Frelimo não andou a dormir. Foi retirando eleitorado a Renamo, uma parte por uma propaganda tão efeciente como a do Goebles, outra por apresentar trabalho que iam de encontro as preocupaçoes da população no momento. A Renamo não sabe capitalizar isso. O que era necessidade em 94 já não é a mesma em 2009! Com individuos do calibre do mazanga a Renamo não ira a frente. Modernizem-se, esqueçam a guerra e o que ganharam em 2004. Muitos dos vossos eleitores de 94, infelizmente, entregaram a alma ao criador. Os actuaias potenciais votantes são jovens que nasceram enquanto decorriam as conversações de paz e eles já vêm bem doutrinados da escola a favor da Frelimo. Não sei se o Mazanga lê este blog, se o faz, então por favor retrate-se.
ResponderEliminarAntónio: não usei o conceito no sentido da câmara escura de Marx, usei-o, sim, no sentido de coisa consciente. E tive o cuidado de fazer uso da expressão "por exemplo". Muito obrigado.
ResponderEliminarProfessor
ResponderEliminarAgradeco o esclarecimento
Quero dizer que concordo com todo o texto do Dr. Serra e os pormenores foram dados pelo anónimo.
ResponderEliminarRelativamente ao discurso da fraude, gostaria de por em análise o editorial do Jorna Lúrio, datado de 26 de Novembro de 2008.
ResponderEliminar"a Frelimo não pode ser crucificada pelo simples facto de ter desalojado a perdiz de alguns Municípios. Só pode ser aplaudida pelo facto de ter feito um trabalho de base sério, maduro e com responsabilidade.
A Renamo não pode ser culpada por ter perdido estrondosamente nestas eleições autárquicas. Só pode ser aplaudida pelo facto de ter feito um trabalho de topo a base , sem coerência, sem a visão aglutinadora de uma juventude que poderia contribuir para sua afirmação na base.".
Caros, aqui está um discurso de um apartidário que analisou as patologias e virtudes dos maiores concorrentes as eleições autárquicas.
Orgulhosamente Moçambicano, Nuno Amorim
Caro Nuno Amorim, isso é o que tu crês, tens o direito de fazê-lo, mas não de obrigares os outros a crerem o que tu crês.
ResponderEliminarPelo que leio, a discussão não é sobre porque a Renamo perdeu e a Frelimo ganhou. Não é isso, meu caro compatriota.
Sobre os problemas da Renamo e as possíveis consequências, debateu-se neste espaco desde que a lideranca deste partido preteriu Daviz Simango à sua sucessão. Debateu-se e muito e o Nuno Amorim acompanhou de certo.
O que está a discutir-se aqui é fraude eleitoral tenha ela ocorrido em menos escala ou em grande escala. Tudo tem a ver com a forma como administramos a coisa pública, isto é, eleicões.
Continuo a dizer que tenho assistido processos eleitorais nos Países Nórdicos, em particular na Suécia, nunca vi tanta gente como fiscalizadora como queremos que seja em Mocambique - temos 50 partidos, e se cada partido mandar no mínimo 2 fiscais de mesa, temos aí no mínimo 100 fiscais, depois vem a polícia, os funcionários eleitorais.
E, pergunto como podemos reduzir este número ao mesmo tempo que cimentamos a confianca do nosso processo eleitoral e dos funcionários aí afectos?
É grave afirmar que já que se conhece o vencedor e os derrotados, não se deve investigar e discutir as possíveis fraudes ocorridas. É também grave dizer que as fraudes eleitorais em Gaza dispensam qualquer investigacão porque ali é só a Frelimo que reina. Paradoxalmente, foi em Gaza onde foram provados alguns actos fraudulentos nas eleicões de 2004. O Nuno Amorim, deve ter lido isso nos boletins de AWEPA, se não tiver lido e precisá-los, posso o facultar.
Recordo-me e escrevi isso no meu blog que uma política local na Suécia teve que se demitir porque fez uma fraude eleitoral ao retirar boletins de votos doutro partido, durante um acto eleitoral. Veja que a fraude ao ser julgada , não se olhou pela significância do partido que sofreu pela atitude daquela política. É isto que gosto de aprender, isto que julgo possível no nosso país e que pode sair-nos mais barato. HONESTIDADE!
Vc ainda não percebeu Reflectindo que está a `falar` com um bufo agitador?
ResponderEliminarCaro João, percebi muito bem com quem estou a lidar, mas acho que debater é a melhor forma de apresentarmos as nossas diferencas.
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