A propósito do cemitério das Mahotas ou Nwaxitsena, periferia da cidade de Maputo, onde, apesar da sua desactivação, se fazem enterros e cobranças, um leitor do "Notícias" traçou um quadro sombrio da corrupção a partir do enterro de uma criança: "No passado respeitava-se o Cemitério das Mahotas, ou simplesmente Nwaxitsena. No passado respeitava-se o morto. Depois de a pessoa perder a vida geralmente o seu enterro é precedido de velório na capela do hospital ou do cemitério e havia sentimento de medo. Até o carro funerário era respeitado. Os valores morais da nossa sociedade estão a ser cada vez mais adulterados. A vergonha e o respeito fazem parte do passado. Até quando e onde vamos com isso? São valores da sociedade que deveriam ser preservados e transmitidos às gerações vindouras (...) Só para realizar o funeral desta criança não se gastou menos de 2500MT, sem contar com outras despesas das cerimónias na casa do falecido (...) o Aparelho do Estado enferma de uma inércia e apatia geral. Este fenómeno caracteriza-se por uma corrupção generalizada em certos sectores e para o cidadão se beneficiar de um determinado serviço é obrigado a corromper o funcionário como forma de ver o seu assunto, o seu requerimento conduzido com a atenção devida (...) Concessão de terrenos, montagem de energia nas nossas casas, em tudo isso deve-se tirar dinheiro extra devido à atitude de alguns funcionários do Estado que criam a imagem de que só o cidadão é que tem obrigações para com o Estado, assumindo este um papel passivo, lesando por vezes os interesses do cidadão."
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