O problema surge quando o Outro (o outsider) passa da condição de ser tolerado a ser não-tolerado. No caso aqui em análise e por hipótese, o prejuízo activo e negativo sobre o Outro tornou-se tão mais agudo quanto mais os sul-africanos dos bairros da lata sentiram e sentem que a sua vida não melhorou. E eis aqui o que julgo ser uma chave do problema: um protesto vertical de pobre contra um Estado visto como distante foi projectado horizontalmente sobre outros pobres, pobres estrangeiros.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
15 julho 2008
Os riscos do efeito borboleta social na África Austral (7) (fim)
O problema surge quando o Outro (o outsider) passa da condição de ser tolerado a ser não-tolerado. No caso aqui em análise e por hipótese, o prejuízo activo e negativo sobre o Outro tornou-se tão mais agudo quanto mais os sul-africanos dos bairros da lata sentiram e sentem que a sua vida não melhorou. E eis aqui o que julgo ser uma chave do problema: um protesto vertical de pobre contra um Estado visto como distante foi projectado horizontalmente sobre outros pobres, pobres estrangeiros.
1 comentário:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Espero mesmo que os nossos governos saibam "descer às bases"...
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