Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
26 julho 2008
A cabeça e o jeitinho do Moçambicano (2) (fim)
7 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Interessante,
ResponderEliminarO Prof. pergunta,
"poder-se-ia chegar à conclusão de que em Moçambique uma maior escolarização corresponde, de facto, a um menor grau de corrupção? "
Ainda a meio da leitura do texto, antes de ver a sua pergunta, a pergunta que surgiu foi logo:
"Sera' de que um maior nivel de escolarização em Moçambique, significaria um menor nivel de violencia (de todas as formas)? Ou ha' outros factores que pesam mais? "
Quanto a sua pergunta (que na minha opiniao me parece mais complexa do que aparenta a primeira vista) e':
Acho que ha algumas possibilidades de haver uma correlação entre uma maior escolarização e menor grau de corrupção. Mas, tenho sinceras duvidas que no nosso pais,a escola molde mentalidades. E o problema da corrupção (e outros la perto), me parece mesmo um problema de mentalidade.
Acho que Educação e' capaz de mudar muita coisa. Mas aqui esta', nao sei ate' que ponto (ou se) "Educação" e "Escolarização" dizem respeito a mesmo coisa.
V.I
No Brasil, nem todos concordaram com as teses do livro... http://napraticaateoriaeoutra.wordpress.com/2007/09/21/a-cabeca-do-brasileiro/
ResponderEliminarhttp://ohermenauta.wordpress.com/2008/05/10/os-votos-estavam-verdes/
Há montes de variáveis a ter em conta e Carlos Alberto tem-las em grande quantidade no seu registo percepcional do povo brasileiro, registo que tem muitas variações regionais. Não tenho qualquer dúvida de que daria uma bela pesquisa no país.
ResponderEliminarNão li o livro, mas tenho dúvidas se valeria o esforço para se chegar a conclusões semelhantes as que o sujeito chegou. Olha, dizer que o brasileiro pobre e pouco educado é mais propenso a aceitar a corrupção do que o educado é, no mínimo, fazer vista grossa a toda história brasileira, na qual o jeitinho esteve bem presente nas práticas das elites (o caso Dantas, em todos os jornais brasileiros no momento, é bastante ilustrativo). Se a pesquisa foi feita com base em percepções, imagino que a melhor conclusão seria: quando mais educado o cidadão, melhor ele saberá como responder a questionários. Ou seja, de maneira politicamente correta. Claro, na hora do voto, no escurinho da cabina de voto, são outras as variáveis, principalmente aquelas relacionadas ao bolso. Em Moçambique, creio, os resultados não seriam muito diferentes. Nas pesquisas do Afrobarometer, é clara a influência do politicamente correto nas respostas.
ResponderEliminarPara um visão mais institucionalista da realidade brasileira, recomendo o livro do Schwartzman, Bases do Autoritarismo Brasileiro, disponível aqui http://www.schwartzman.org.br/simon/bases/bases.htm#_1_2
ResponderEliminarExistem muitas coisas que se podem discutir no tocante à tese de Alberto. Por outrolado, é absolutamente correcta a precaução no tocante ao politicamente correcto das respostas.
ResponderEliminarSem querer discordar com as pesquisas mas um facto é que quanto maior o nivel de informação (escolarização) maior a probabilidade de tirar proveito desta posição. Porque o que sucede é que a escolarização nos remete a um certo nivel social e para poder corresponder com as "expectativas de todos" tudo é feito no sentido de mostrar que é mais escolado e em consequencia, maior nivel de vida e reputação, o que em muitas vezes, propicia a corrupção, quer dizer, aqui a pessoa é tentada a tudo fazer para, de facto, ser o mais mais em tudo.
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