Outros elos pessoais

20 junho 2008

Tou pidir

Nasceram como partidos da oposição, são dezenas. Mas hoje, na maior parte dos casos, não têm posição nem são oposição. O seu programa é o louvor do partido no poder; a sua ânsia é um empregozinho numa autarquia ou, se atrelados a um dos dois partidos maioritários, um lugarzinho sonolento na bela Assembleia da República. Mas como nem Frelimo nem Renamo deles precisam – já basta a estes ter de assegurar empregos permanentes e bem remuneradores aos seus membros na Assembleia – só lhes resta viver da choradeira e, num ou noutro caso mais micro-aguerrido, irem ao “Notícias” assegurar que vão realizar um congresso que nunca se realiza para milhares de membros que se reduzem ao presidente do partido sem presidência. Um ou outro fez de D. Quixote, como o magnífico, turbantoso e bem-amado Sibindy, mas eram demasiados moinhos de vento a vencer na dramática luta contra a pobreza absoluta. Por isso sumiram, por isso somem. O seu estado de vida é a hibernação quinquenal. Mas, chegada a hora das eleições, saiem dos casulos, esfregam os olhos, tocam a súbita sineta e lá estão eles, piamente chorões, pedindo ao Estado dinheiro para irem às eleições.
Confira aqui o choro, uma vez mais.

2 comentários:

  1. A situação politic de Moçambique em poucas palavras - bem escrito. Obrigado, Carlos.

    ResponderEliminar
  2. Pois é! Mas ainda que qinquenalmente quem não chora....

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.