Extractos de um relatório preliminar: "Foram encontradas empresas a cortar acima das licenças atribuídas, algumas até a exportar espécies que não foram licenciadas (...). Verificou-se haver um grande tráfico de guias e licenças, onde os detentores de licenças simples são os mais evidentes devido ao fraco sistema do controle dos mesmos, daí grandes empresas entrarem em negociatas com os detentores de licenças simples. Foram também encontradas madeiras nos parques sem a devida guia de trânsito (...). Foram encontradas na Mofid grandes quantidades de Pau-ferro, acima do que tinha sido autorizado e sem comprovativos de compra (...) A interacção entre o corte ilegal e o corte insustentável, combinado com os fogos excessivos, pode criar um enorme perigo para a sustentabilidade e a existência dos ecossistemas florestais na Província de Cabo Delgado. O corte excessivo das árvores de grande porte é o problema principal. Há grande preocupação com a perda de árvores de grande porte na sustentabilidade das florestas em Cabo Delgado, pois existe uma forte dependência entre os factores bióticos e as condições abióticas criadas pelas árvores adultas de grande porte, e estas desempenham um papel importante no balanço ecológico das florestas, sendo a sua presença muitas vezes vital para a manutenção de um ecossistema saudável. As árvores mais jovens estão a ser queimadas pelos fogos frequentes postos principalmente para facilitar a caça, enquanto as árvores maiores estão a ser cortadas para exportação, deixando árvores em estado de regeneração com tamanhos abaixo do diâmetro legal. Se a ocorrência de fogos continuar e não houver recrutamento, as árvores existentes vão crescer e entrar no diâmetro legal para o corte e com o tempo vamos perder as espécies preciosas nas florestas." - Justiça Ambiental, Relatório Preliminar sobre a Problemática das Florestas em Cabo Delgado, Dezembro de 2007.
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