Outros elos pessoais

11 junho 2008

Floresta de Cabo Delgado a saque (1)

Num relatório de 61 páginas, a organização Justiça Ambiental revela sérios problemas com a exploração madeireira na província de Cabo Delgado. Recordo que neste diário, através de centenas de postagens, tenho posto a nu o saque das nossas florestas no país.

1 comentário:

  1. Bom dia!

    Sou Paolo Israel, antropólogo, baseado em Cape Town.

    A minha experiência pessoal confirma o que esta acontecendo em termos de predação dos recursos naturais na província de Cabo Delgado.

    Só dois exemplos.

    (1) A famosa “crise de leões” de Muidumbe (2002-2003) estava ligada as actividades de madeireiros na zona do rio Messalo, ao sudeste do Planalto de Mueda, onde desde o inicio do novo milénio empresas coreanas tem cortado grandes porções de floresta, causando o movimento de grupos de leões e fauna bravia. Até que um dos trabalhadores foi comido por um leão...

    (2) Recordo também ter assistido a uma compra de camaleões numa aldeia de Mueda (Namaua) em Março 2002. Uma pessoa vindo de Maputo comprou centenas de camaleões, esvaziando uma aldeia inteira destes animais, e pagando a população local 500 meticais (!) cada. Quando eu alertei a população sobre o valor possível dos camaleões, o comprador ameaçou-me em Inglês. O governo provincial não tinha informação nenhuma da operação.

    Pois, é possível ler o relatório de Justiça Ambiental? Gostaria citar no meu artigo sobre os leões de Muidumbe que vai sair em 2009 no Journal of Southern African Studies. Também vou fazer uma pequena pagina web sobre aqueles acontecimentos.

    Obrigado mais uma vez pelo seu blog.

    Saudações,


    Paolo

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.