Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
22 maio 2008
Xenofobia: milhares de Moçambicanos expulsos de África do Sul
4 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Em rela�o a imagem devo confessar que partilho totalmente com a ideia do Nelson, mas tamb�m ficam alguns receios quanto a actua�o da pol�cia e tamb�m da sociedade Sul-africana na conten�o da situa�o. Vamos imaginar uma situa�o diferente, em que os mo�ambicanos estivessem a queimar ou a matar e destruir casas dos Sul-africanos? Que express�o facial poder�amos ter dos policiais ou ainda que comportamento teriam a sociedade sul-africana? H� um detalhe do Jonathan que me parece interessante de rever na imagem. O professor Carlos Serra junta umas imagens interessantes sobre a situa�o no seu blog. De seguida um breve coment�rio da situa�o.
ResponderEliminarO mundial de futebol de 2010 para al�m de ser� uma futura festa do futebol precipitou uma situa�o diferente de deporta�o dos estrangeiros ilegais do territ�rio Sul-africano (antes de avan�ar, queria fazer alus�o a uma situa�o que se aproxima a esta, como foi o caso da cimeira da Uni�o Africana que proporcionou a constru�o de murros de veda�o para impedir que casas e palhotas pr�ximas do aeroporto internacional n�o estivessem vis�veis durante a sua realiza�o.
O paralelismo que se tenta estabelecer esta simplesmente ligado ao evento e suas respectivas consequ�ncias. Ora vejamos, se por um lado conseguimos antes da cimeira da U.A e da atribui�o da organiza�o da copa do mundo, conviver com casas e pessoas pobres desses bairros n�o seria menos verdade que o governo Sul-africano tentava fazer a gest�o os estrangeiros ilegais! Referi num dos meus coment�rios sobre este assunto, que a percep�o e o discurso que est�o em volta dos estrangeiros e o problema da deporta�o, associados comportamento e formas de actua�o da policia Sul-africana podem estar bem vis�veis aos demais e, isto pode at� certo ponto oferecer alicerces para a dissemina�o da viol�ncia sobre os estrangeiros.
Os actos xen�fobos manifestados em viol�ncia praticada contra pessoas estrangeiras podem constituir uma grande machadada para a (des) integra�o regional e tamb�m um elemento para uma reflex�o seria e aturada sobre os modelos de integra�o a seguir. Esperemos que isso aconte�a e que tamb�m incluam nessas reflex�es pessoas que realmente vivem ou viver�o a integra�o, ou seja, aqueles indiv�duos an�nimos desde o cidad�o mais pacato at� aqueles que assinam os acordos, para n�o cairmos numa �integra�o autom�tica�. Ser� que a viol�ncia praticada pode constituir uma resposta a (des) integra�o regional e se for realmente o que esta acontecer que repercuss�o isso poder� ter no futuro? (Isso ajudar-nos-ia a compreender que n�o estamos a integrar chefes de Estado amigos ou pa�ses que a priori s�o vizinhos! Mas tamb�m pessoas!).
A posi�o que a Africa do Sul ocupa no panorama econ�mico africano � um elemento a ter em conta na compreens�o deste problema, da� que, deve-se tomar cautelas quando falamos da integra�o regional olhando apenas para oportunidades econ�micas e sem antes ter em conta receios e anseios dos cidad�os dos pa�ses abrangidos. Nesse dias tem ganhado relevo a ideia do regresso pelo menos dos mo�ambicanos, devemos tamb�m nesse aspecto ter em conta os problemas que isso pode acarretar no futuro sen�o compreendermos o real problema, pois seria interessante compreender qual � a percep�o que os Sul-africanos que cometem a viol�ncia tem ou ter�o no futuro em torno do regresso �p�s-actos de viol�ncia� dos estrangeiros, e que li�es aprenderam eles com isto. Com o regresso dos estrangeiros n�o estariam a legitimar ac�es do g�nero no futuro?
At� agora pelo menos o que se t�m dito ou ouvido � a posi�o dos que cometem a viol�ncia, estes segundo o que lemos alegam que os estrangeiros roubam-lhes tudo e que tamb�m s�o os respons�veis pelos males que acontecem, quanto a isso ocorre-me muitas d�vidas. Quanto a mim seria interessante captar a percep�o dos estrangeiros violentados sobre o que motiva os Sul-africanos, claro n�o todos a cometer a viol�ncia. Em rela�o a viol�ncia cometida temos que ter em conta que ela ira proporcionar para al�m da dor, efeitos psicol�gicos, custos financeiros, perdas humanas, etc., uma s�rie de traumas e provavelmente ter�o impacto na (des) integra�o regional.
O discurso das autoridades governamentais mo�ambicanas tem sido focalizado em torno do regresso dos nacionais, pelo menos at� ontem, onde avan�avam simplesmente para quest�es log�sticas. Uma pergunta importante que se pode fazer � a seguinte: O que � que o regresso dos mo�ambicanos ao territ�rio nacional compete como responsabilidade das lideran�as nacionais? Ou melhor, que acompanhamento os nacionais necessitam para al�m das viaturas que os transportar�o a Mo�ambique?
Prometo elaborar sobre xenofobia e viol�ncia nos pr�ximos textos
Abra�os
Rildo Rafael
iSso, procura criar hipóteses de interpretação do fenómeno. Tentarei isso logo que puder. Abraço.
ResponderEliminarIntegração regional? Livre circulação de pessoas e bens?
ResponderEliminarEstes acontecimentos parecem-me ser um duro golpe nas intenções da SADC.
M.
Atenção ao pequeno texto que acabo de postar.
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