De acordo com a Rádio Moçambique, "As autoridades sanitárias em Cabo Delgado estão preocupadas com a fraca adesão da população na campanha nacional de saneamento do meio e promoção de higiene. Uma fonte da saúde naquela província disse estar a notar-se uma apatia da comunidade na implementação das acções programadas no âmbito da campanha. Em Março, foram construídos em Cabo Delgado mais de 850 aterros sanitários e mais de duas mil latrinas."
Aqui está, uma vez mais, um problema: um Estado benfeitor está confrontado com a apatia do seu povo de Cabo Delgado perante a higiene. Quer isto dizer que o povo é por natureza porco? Não. O problema consiste em saber por que razão ou por que razões esse povo está apático. E esse problema tem a ver com a apatia epistemológica do Estado em relação àquilo que o povo dele pensa. E em relação àquilo que consistiria em saber se o povo foi devidamente envolvido na campanha não como objecto, mas como sujeito do processo num processo de real modificação das condições e das relações sociais de vida.
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