*Mais euforia que sorte, o presidente português saiu de Maputo com a barriga cheia de banhos de multidão. O maior foi no Lumbo, mesmo junto à Ilha de Moçambique onde foi envolvido por um enorme ajuntamento popular. Voz da oposição, que é forte naquelas bandas, disse que nem Chissano, nem Guebas alguma vez gozaram de tão grande recepção.
*Quem não ficou muito satisfeito e fez questão de o dizer ao jornal foi um grupo de oito nacionais da bandeira verde-rubra. Tinham expectativa de serem convidados a almoçar com o presidente na casa do maioral João Ferreira dos Santos e ficaram a ver navios. Melhor, “dhows”, os barcos à vela da região.
*Quem deve estar satisfeita também é a nova ministra da coordenação ambiental. Tomou posse como mano Nyusi e põe fim a insistentes especulações que a davam amuada depois da saída dos Negócios Estrangeiros. A mana teve que interromper uma visita ao Senegal e vir às pressas para Maputo depois de saber que tinha sido remodelada.
*Onde à satisfação também há insatisfação. As brincadeiras sexuais de um cantor atrevido custaram-lhe aparentemente um contrato chorudo com a telefonia móvel. O outro é jurista e pensava que ia continuar a chuchar viagens imensas à custa do timoneiro que contava pôr à frente da ordem dos homens das batinas.
*Não se sabe se era da satisfação ou insatisfação mas o “boss” cessante das Forças Armadas causou alto suspense ao, no meio do discurso, ter mandado buscar mais uma página que faltava. Os convidados lá tiveram que esperar pela página do general.
*Satisfeito anda claramente o ex-timoneiro. Pelo menos nos écrans de televisão onde tem aparecido muito nas últimas semanas. Parlamento, serviços religiosos, audiências políticas, o nosso ex anda cheio de palpites e com uma super boa disposição para falar à imprensa.
*Paulina Chiziane também promete muita polémica com a sua nova obra, “o alegre canto da perdiz”. Para abrir o apetite já deu uma suculenta entrevista a um jornal das metrópoles onde dá vários palpites de natureza amoroso-racial do mosaico Moçambique. Já tamos bichar para ler o livro …
À boca pequena
Certamente animados pelas parcerias público-privado que tanto se promovem pelo país, o canal televisivo governamental anda de mão dada com a canal do reino de Deus para promover “estrelas”. Agastados com as críticas lá vão dizem que vozes de burro não chegam ao céu …"
De facto é de fina e saudável ironia.
ResponderEliminarComo não vivo em Moçambique, tenho alguma dificuldade em captar algumas subtilezas.
Mas que gostei daquela dos meus patrícios que ficaram a ver os “dhows”, por sinal bem bonitos, gostei.
Obrigado Prof., por estes momentos deliciosos.