Outros elos pessoais

12 março 2008

Agrimensura tribalizante da vida


Essa a manchete do semanário "Magazine Independente" de hoje. Quer Brazão Mazula (à esquerda na imagem) quer Carlos Machili (ambos nascidos no Niassa, ambos ex-reitores, o primeiro da Universidade Eduardo Mondlane, o segundo da Universidade Pedagógica) apontaram as suas armas analíticas para o governador do Niassa, Arnaldo Bimbe (à direita na imagem), e disseram que há por terras da província uma flagrante tribalização, que posições de destaque não são atribuídas aos naturais da terra. O governador, que nasceu em Gaza, disse não sentir isso (p. 3). Entretanto, o semanário afixou uma enorme lista com os nomes e as terras de origem dos membros do governo provincial, incluindo os administradores distritais. Aqui estamos em pleno coração da agrimensura regional (p. 4).
1. ª adenda às 9:03: claro que se trata de um tema cujas virtudes substancialistas, mas também fortemente políticas, dão muito pano para mangas.
2.ª às 9:25: sou um ferveroso coleccionador de livros sobre o tribalismo. Por exemplo, o costa-marfinense Lancine Sylla tem um livro chamado "Tribalismo e partido único na África Negra", no qual disserta sobre o "tribalismo mundial", sobre "o tribalismo como crise da consciência nacionalitária", sobre os Estados-vulcões e sobre a erosão do Estado-Nação. Uma obra-prima de agrimensura tribal.

6 comentários:

  1. Simples embarquem os dois, e mais todos nossos irmaos aqui do Niassa de volta para casa e mandem todos os vientes embora. E os do Niassa que ocupam cargos fora da provincia expulsem todos e mandem de volta para casa, malandors esses que estao observatorio eleitoral, na CEDES, AR, e mais mais? Assim nao parece bem. E preciso ultrapassar tribos, etnias e partidos e mitos de origem e heroicidades para construir um pais.

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  2. É pena que não temos acesso a essa lista porque dela podemos ver o que de facto existe e como se justifica. Diga-se o que existe!

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  3. Vi a lista e pareceu-me multi origem geografica, dos distritos as nomeacoes nao sao feitas pelo governador mas pelo MAE, dos Directores provinciais que eu saiba cada sector nomeia consultado o respectivo governador. Parece-me um fraco trabalho jornalistico e mais grave nao compara com outras provincias do pais. Q

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  4. Como tê-lo acesso?

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  5. O problema é que toda a questão parte de uma premissa errada. Nem Brazão nem Machili apontaramn tribalismo a Bimbe. Disseram que ha'tribalismo no Niassa e há mesmo mas não o atribuiram ao governador. Mazula fez uma interessante comunicacao sobre capital humano e educação que será interessante recuperar. O texto não é secreto !

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  6. Estive no Niassa quando Machili e Bimbe falaram. Ouvi-os directamente. Não me pareceu que estivessem a dizer que Bimbe é tribalista. Aliás, a lista que o próprio jornal publica desmente qualquer preferência tribal. Aquele governo provincial tem gente de toda a parte. Incluindo do Niassa. Mesmo os tais grandes projectos. Não estão a ser geridos por gente da "tribo" de Bimbe.

    Tendo a concordar com a opinião do primeiro comentador. Cada um de nós deveria regressar para a sua aldeia de origem. Que vá mandar lá. Que vá dirigir grandes projectos lá na aldeola onde nasceu. A lista está no jornal Magazine Independente, para quem tiver acesso.

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