Os linchamentos são um problema social e de saúde pública que cresceu na Tanzania nas últimas décadas. Os médicos Paul M Ng'walali and James N Kitinya, do Departamento de Patologia do Muhimbili University College of Health Sciences, fizeram um estudo de autópsias de vítimas de linchamentos durante quatro anos em Dar es Salaam, capital da Tanzania, com informação obtida na polícia, nos parentes das vítimas, nos amigos e e em testemunhas quando disponíveis. O estudo mostrou que 1249 pessoas foram mortas por multidões no espaço de cinco anos entre 2000 e 2004. As acusações sobre as vítimas foram desde roubo e homicídio até à violação de costumes locais ou de crenças religiosas. As formas de linchamento foram geralmente a queima (48.11%) e o apedrejamento (49.96%). O padrão de injúria física oscilou entre fractura de crânio e ruptura das vísceras. O desemprego dos jovens e a percepção das desigualdades sociais devem ser tidos em conta. Como o sistema de justiça não funciona e a corrupção não é punida, o povo continuará a organizar os seus próprios julgamentos e a julgar as vítimas na rua.
O quadro apresentado não é diferente do de Moçambique, salvo na extensão aparente do fenómeno. Se quer ler em português o trabalho aqui em referência, use este tradutor.
O quadro apresentado não é diferente do de Moçambique, salvo na extensão aparente do fenómeno. Se quer ler em português o trabalho aqui em referência, use este tradutor.
Obrigado ao Ricardo, meu correspondente em Paris, pelo envio da referência.
Adenda: entretanto, passe os olhos por este trabalho referente aos Estados Unidos, onde sociólogos reavaliaram a viloência no sul do país tomando como referência os linchamentos. Se quer ler em português, recorra uma vez mais ao tradutor. Também neste caso obrigado ao Ricardo.
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