Outros elos pessoais

04 fevereiro 2008

Substancialistas

Prometi há dias escrever sobre os substancialistas. Outros dirão integristas ou fundamentalistas.
O filósofo Espinoza tem uma definição de substância que é muito rica para o que desejo dizer de forma breve: "Por substância eu entendo aquilo que é em si mesmo e é concebido através de si mesmo; em outras palavras, aquilo para cuja concepção não precisamos da concepção de nenhuma outra coisa a partir da qual ele tem que ser formado" (Ética, I, Def. III).
É possível considerarmos múltiplos tipos de substancialistas. Vou aqui apenas considerar três tipos: os substancialistas da democracia, os substancialistas da verdade divina e os substancialistas da razão esclarecida.
Em nome da democracia (a sua), os substancialistas ocupam territórios, bombardeiam e matam povos, espezinham diariamente liberdades, imperializam vontades, matam direitos.
Em nome da verdade divina (a sua), os substancialistas queimam hereges, matam inocentes em prol da unidimensionalidade religiosa, reinventam a história à sua maneira.
Em nome da razão esclarecida (a sua), os substancialistas pregam a abstenção, o conforto da crítica pura e da hermenêutica impoluta, a distância, a apoliticidade integral.

4 comentários:

  1. Oi
    De facto, Espinosa não deve estar de acordo, lá no seu túmulo, com as ilações que infere da sua definição de "substância", precisamente um dos conceitos mais revolucionários inventado pelo homem. :))

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  2. O "Espinas" era um bom rapazinho.

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  3. Sim, Sara
    Espinosa foi um grande filósofo de ascendência portuguesa.:)))

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