Fazendo uso, tal como outros jornais, da expressões que nasceram neste blogue - sismo social (melhor: usei a expressão pela primeira vez na STV e, depois, aqui no diário), revolta popular - o diário português "Público" publicou um trabalho com o título "“Sismo social” - Problemas de fundo continuam por resolver, dizem analistas". Dele extraí as seguintes passagens:
"Para o economista Castel-Branco, as manifestações de 5 de Fevereiro foram apenas “um sintoma” e “o problema ainda não explodiu”. “Existe muita pressão nas pessoas. Vai chegar uma altura em que isso se vai transformar numa matéria altamente explosiva.” Não se sabe quando nem como. “É apenas uma questão de tempo”, a menos que o Governo mude a sua postura, acrescenta. Porque até aqui o poder “deixou-se adormecer” por indicadores de sucesso económico e de um crescimento que afinal não beneficiou a maioria da população, como relatórios da ONU e do próprio Banco Mundial têm vindo a reconhecer nos últimos tempos. Mudar a postura governamental significaria antes de mais atenuar o fosso que há muito se instalou entre os governantes e a população, acrescenta Castel-Branco. A revolta também funcionou como rejeição da insensibilidade” desse grupo restrito com poder e riqueza. “No tempo do Presidente Samora Machel, havia muitos problemas, mas não havia a ideia de que o Governo era insensível. Pelo contrário”, defende o economista.
Por sua vez, a cineasta Isabel Noronha afirmou que ao “capitalismo selvagem” responde-se com uma “revolta selvagem”.
Importe aqui o texto integral. Foto do "Público". Obrigado ao António Teixeira pelo seu envio.
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