O editorial do semanário "Savana" desta semana aborda a greve dos chapeiros do dia 25 com o título em epígrafe: "Mas a grande revelação deste episódio é que possivelmente a maior parte dos chapas que circulam por estas duas cidades nem sequer pagam impostos. Se não estão registados, como é que os irão pagar? Todos os dias vemos tantos agentes da Polícia de Trânsito e da Polícia Municipal à caça dos chapas para inspeccionar a sua documentação. Será que esta situação de ilegalidade nunca foi detectada? Não sejamos ingénuos para concluir que nunca foram detectados. O certo é que eles são detectados a toda a hora, todos os dias. O que acontece é que os chapas ilegais tornaram-se numa importante fonte de rendimento adicional para um sem número de agentes da polícia de trânsito e municipal que circulam pelas cidades de Maputo e Matola. Quanto mais chapas ilegais, possivelmente também conduzidos por motoristas não devidamente documentados, mais dinheiro para os polícias (p. 6)."
1.ª adenda às 17:01: confira, em inglês, com o jornalista Cédric Kalonji (várias vezes referido neste diário), os processos de acumulação da polícia em Kinshasa, Congo. Se quer ler em francês, o local é aqui. Se quer ler em português, use este tradutor aqui.
2.ª adenda às 17:23: no blogue do Jorge Saiete, a propósito da greve dos chapeiros do dia 25: "A Fematro que no dia 5 saiu em defesa de todos os chapeiros ontem tentou distanciar-se dos grevistas, alegando não serem seus membros, o que é caricato uma vez que os fiscais das associações de transportadores ligadas a Fematro cobram taxas diarias a todos os chapeiros sem distinção. Só ontem é que deixaram de ser seus associados? E porquê é que são exigidos taxas diárias? O que aconteceu ontem veio pôr a lume as incongruências da Fematro, as fragilidades da Polícia e ainda o poder detido pelos ilegais num país que se pretende de Direito."
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