Outros elos pessoais

29 fevereiro 2008

A anormalidade tornou-se normal

O editorial do semanário "Savana" desta semana aborda a greve dos chapeiros do dia 25 com o título em epígrafe: "Mas a grande revelação deste episódio é que possivelmente a maior parte dos chapas que circulam por estas duas cidades nem sequer pagam impostos. Se não estão registados, como é que os irão pagar? Todos os dias vemos tantos agentes da Polícia de Trânsito e da Polícia Municipal à caça dos chapas para inspeccionar a sua documentação. Será que esta situação de ilegalidade nunca foi detectada? Não sejamos ingénuos para concluir que nunca foram detectados. O certo é que eles são detectados a toda a hora, todos os dias. O que acontece é que os chapas ilegais tornaram-se numa importante fonte de rendimento adicional para um sem número de agentes da polícia de trânsito e municipal que circulam pelas cidades de Maputo e Matola. Quanto mais chapas ilegais, possivelmente também conduzidos por motoristas não devidamente documentados, mais dinheiro para os polícias (p. 6)."
1.ª adenda às 17:01: confira, em inglês, com o jornalista Cédric Kalonji (várias vezes referido neste diário), os processos de acumulação da polícia em Kinshasa, Congo. Se quer ler em francês, o local é aqui. Se quer ler em português, use este tradutor aqui.
2.ª adenda às 17:23: no blogue do Jorge Saiete, a propósito da greve dos chapeiros do dia 25: "A Fematro que no dia 5 saiu em defesa de todos os chapeiros ontem tentou distanciar-se dos grevistas, alegando não serem seus membros, o que é caricato uma vez que os fiscais das associações de transportadores ligadas a Fematro cobram taxas diarias a todos os chapeiros sem distinção. Só ontem é que deixaram de ser seus associados? E porquê é que são exigidos taxas diárias? O que aconteceu ontem veio pôr a lume as incongruências da Fematro, as fragilidades da Polícia e ainda o poder detido pelos ilegais num país que se pretende de Direito."

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.