Muitos países africanos, entre os quais Moçambique e Angola, têm mais médicos num único país estrangeiro do que nos seus países. Angola - 70%
Ghana - 56%
Kenya - 51%
Rwanda - 43%
Sudan - 13%
Niger - 9%
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Muitos países africanos, entre os quais Moçambique e Angola, têm mais médicos num único país estrangeiro do que nos seus países.
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Professor,
ResponderEliminarjá vi uma reacção do avertino barreto, dizendo que estes números não estão correctos, pelo menos em relação a moçambique.
Segundo ele, contam-se pelos dedos das mãos os médicos moçambicanos que emigraram.
Por acaso, se há assunto que nunca me lembro de ter visto é sobre uma alegada emigração de quadros no sector da saúde.
Creio que Barreto tem razão.
ResponderEliminarHá muita coisa interessante nos números. Ainda não sei como é que os fazem estimativas em percentagem de quadros superiores emigrantes conseguem, mas os nossos governantes não. Para mim, não basta dizer que são poucos o mesmo que não basta dizer que 75 % de médicos mocambicanos trabalham fora. Se olharmos para médicos formados em Mocambique, é fácil não aceitarmos esses números. O processo de legitimacão de um médico não é fácil, pelo menos em alguns países estrangeiros. Agora, O que significa para eles ser médico mocambicano. Ter nascido em Mocambique, ter pais mocambicanos, ou um dos pais, ter estudado em Mocambique? A maior parte de quadros de origem mocambicana no estrangeiro está fora do control mesmo das embaixadas mocambicanas, penso eu.
ResponderEliminarTenho uma pergunta, Prof., o termo: ter mais médicos num único país estrangeiro do que nos seus países. Em que país estrangeiro está a maior parte dos médicos mocambicanos?
Reflectindo
Reflectindo tem razão no questionamento. E a notícia não apresenta resposta para a questão que apresenta. Ainda tento localizar o relatório original. E tento falar com o Dr. Barreto.
ResponderEliminarnao pude ter acesso ao relatorio. mas segundo a minha experiencia (seminarios, conferencias, grupos de trabalho,publicacoes), existe no estrangeiro um numero consideravel de mocambicanos formados na area clinica, de investigacao, ou gestao em saude. na sua maioria sao mocambicanos 1)nascidos em mocambique, alguns com descendencia portuguesa, que fixaram residencia no estrangeiro depois de 1975, alguns tem passaportes portugueses mais identificam-se como mocambicanos, e alguns deles passaram via africa do sul onde se especializaram em varios ramos, possibilitando-os maior integracao no sistema de saude na europa e canada; 2) o outro grupo e composto por mocambicanos que sairam em programas do governo, na sua maioria para paises do leste onde se formaram, e com a caida do muro de berlim ca ficaram por razoes de indole privado (familia) ou professional e outros emigraram para paises europeus mais desenvolvidos; 3) ha um grupo, nao sua maioria de jovens que cresceram nos paises vizinhos como malawi, zimbabwe, africa do sul, fugidos com a familia de mocambique durante a guerra civil, fizeram a sua formacao em saude nestes paises, e atraves de varios programas de pos-graduacao, estagios, trabalho, acabaram fixando-se na europa, estes tambem andam pelo mundo espalhados.importa referir que a este grupo junta-se aqueles jovens que saiem anualmente para formacao ou especializacao no estrangeiro em ciencias medicas, e encontram-se a practicar em hospitais universitarios.
ResponderEliminarcomo nao li o relatorio, nao posso referir com precisao as fontes do relatorio, mas acho que o Dr. avertino barreto pode ter razao, mas preciso referenciar que ha muita gente formada em varias espacialidades de saude, que nao satisfazem a forma classica de denominacao de formacao medica como a fazemos em mocambique. na minha experiencia aqui na ex-europa leste, existem mocambicanos formados em escolas medicas, sem nenhum contacto com o ministerio de saude em mocambique.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarObrigado, Chapa100, pela tentativa de explicar este fenómeno complexo mesmo sem dados estatísticos. Muitas vezes, tem me parecido que muitos pensam que se trata de por exemplo da maioria de quadros que se formam em universidades nacionais que depois se emigram. Em situacões de instabilidade política ou guerra num país, sabe-se que isso acontece ou como aconteceu no caso de Mocambique na altura de independência nacional. Mas fora disso, as razões e o tipo de quadros que chapa100 evoca são palpáveis. Contudo, sou da opinião que o Prof Serra insista a ouvir não só do Dr Barreto, mas do governo e porquê não do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
ResponderEliminarSe hovesse vontade, Mocambique podia aprender muito da Eritreia pela interaccão com a sua diáspora que muito ajuda na reconstrucão do país.