Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
26 janeiro 2008
Maputo: de novo polícias e cães-polícias contra os guerrilheiros do informal
7 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Em qualquer parte do mundo civilizado tem que haver regras nas cidades. Os vendedores informais sabem que existem espaços que os municípios lhes destinam. Por isso eles devem ser consciencializados de que devem cumprir. Uma cidade ordenada e limpa também serve a saúde dos informais. E mais não disse.
ResponderEliminarComo cidadão, estou de acordo consigo. Estar de acordo consigo, significa para mim estar de acordo com certo tipo de regras de vida em cidades, com certo tipo de limitações, com um certo tipo de ordem, com certos valores. Mas como estudante da sociedade, sou obrigado a tentar compreender quais são as regras que presidem ao comportamento daqueles que, o Tivane e eu, entendemos não as terem. Por outras palvras, regras que não são as nossas, mas que são regras também.
ResponderEliminarMas não seria mais lógico estudar as regras a que os informais devem obedecer e divulgá-las? Este é o problema. Tenho dito.
ResponderEliminarA selecção do tema e do ângulo de análise dos fenómenos sociais depende de muitos factores, como sabe. E as regras às quais se devem cingir os "informais" têem sido enunciadas e anunciadas por quem de direito.
ResponderEliminarCaro Tivane,
ResponderEliminarNo semanário português “Expresso” de hoje 26/01/08 Manuela Ferreira Leite, economista e política (oposição) parece responder à questão que levantas. Cito:
" Numa sociedade democrática, o mais importante dever cívico é o cumprimento das leis a que corresponde uma sanção adequada para quem as viole.
Por isso é elementar que quem legisla o faça de modo a que os objectivos sejam claramente apreendidos pelos destinatários, sem o que não poderão ser responsabilizados de forma justa.
Para isso as leis têm de ser transparentes e não obscuras de modo a não permitirem múltiplas e díspares interpretações porque, neste caso, abrem a porta à arbitrariedade e ao abuso dos que executam e fiscalizam a sua aplicação.
É por isso que os órgãos da Administração Pública surgem, em muitos casos, como símbolos da prepotência em matéria de fiscalização, esquecendo-nos que a origem do problema pode estar no legislador.
É a este que compete aferir escrupulosamente a razoabilidade do que impõe e perspectivar o impacto que as normas terão sobre as situações concretas dos cidadãos e das empresas, preocupação que nem sempre tem estado presente, tornando algumas leis polémicas.
Em vez de simples e eficazes, temos leis labirínticas e irrealistas que muitas vezes exprimem de forma ínvia aquilo que não se tem a coragem política de afirmar com nitidez.
Esta prática tem de ser corrigida sem demora. “
>> Sobre os nossos informais:
Eneas Comiche sabe bem que o problema da economia informal não se resolve pela via administrativa. Sabe que insistir nessa opção é aceitar manchar as mãos de sangue - porque vai gerar violência gratuita: luta-se pela sobrevivência (i) vendendo no informal, ou (ii) em alternativa e na falta de emprego, abraçando diferentes formas de criminalidade.
Eneas Comiche sabe que a raiz do problema, é económica e não administrativa.
Os nossos informais sabem que o sucesso nas vendas passa, cada vez mais, por levar o produto ao cliente. Por isso lutarão contra o acantonamento, que representa a morte do negócio.
Todos desejamos que dia após dia reduza o número de informais, MAS, que tal resulte da sua absorção pela economia formal e não de medidas meramente cosméticas.
Abraço,
Florêncio
Destaquei a parte final do seu comentário em adenda à postagem.
ResponderEliminarflorencio, obrigado pela tua excelente abordagem sobre o informal. e tenho a mesma sensacao de que o presidente sabe que esta medida administrativa vai gerar violencia, onde o resultado sera rotular os informais de criminosos e inimigos do estado. a solucao encontrada nao é a melhor, pode parecer atraente, mas revela-se uma solucao de quem estudou mal os problemas da cidade de maputo.
ResponderEliminar