Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
07 dezembro 2007
Moçambicanos descrentes dos políticos
15 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
E têm razão.
ResponderEliminarEstão apoiados pelo sociólogo Simmel que opinou ser "o Estado um reino clandestino".
Os políticos só dizem meias verdades.
Trabalham no segredo dos deuses.
No dia em que disserem a verdade criam a instabilidade social, o temor pelo futuro, a infelicidade.
Como bem disse Vitor Hugo: "a mentira só se diz a quem não é feliz com a verdade".
Espero ter acesso ao relatório na próxima semana. Entretanto, será interessante analisar as taxas de abstenção nas eleições que se avizinham.
ResponderEliminarNão cheguei a ler o estudo mas julgo que há um erro na frase.
ResponderEliminarOra se 24% acreditam que os políticos querem resolver os seus problemas e democracia diz-se que é um regime de "governo do povo, pelo povo e para o povo", então como é que também concordam que está em causa a sobrevivência da mesma?
Não é a descrença que me preocupa mas sim o conformismo.
AC
Certamente são os 76% dos descrentes que dizem isso...Vou reler o que escrevi e, se necessário for, emendar. Obrigado. Deixe-me eu tentar obter o relatório na próxima semana.
ResponderEliminarEfectivamente vc tinha e tem razão. Corrigi. Muito obrigado.
ResponderEliminarEm Novembro, dispus uma postagem que me parece ter a ver com esta. Ei-la
ResponderEliminarO cepticismo quase generalizado em relação à politica e à governação, tende a destruir, na sociedade actual, a ideia de que o homem é um animal eminentemente político.
Edificar um Estado de direito em espaços anteriormente flagelados por séculos de repressão, apresentou-se como um desafio à audácia e à imaginação de sociedades recém-libertas de regimes colonial-fascistas.
Os elevados índices de analfabetismo no ex-império e nas ex-colónias, a escassez de quadros técnica e academicamente preparados, economias incipientes, pouco desenvolvidas, isolados do mundo, são algumas das heranças do passado que era urgente ultrapassar.
Os desenvolvimentos pós libertação provocaram o desencanto da grande maioria dos cidadãos que se remeteu para um cepticismo feroz, traduzido na célebre expressão : “ os políticos são todos uma merda”
A miragem duma sociedade mais justa e solidária desmoronou-se como um baralho de cartas.
A frustração gerada pelos acção dos diversos executivos que nos governaram produziu um mal estar em cadeia
A descredibilização da politica e dos políticos instalou-se, com armas e bagagens, e para ficar.
Nos dias de hoje, uma fatia significativa dos cidadãos questiona o ritual eleitoral e a abstenção não pára de crescer.
Nas nossas terras, os contorcionismos da grande burguesia, travestida de democrática, agudizam-se pelo carácter desinformativo e anestesiante dos media ao seu serviço.
A velha táctica de dividir para reinar obteve, inevitavelmente, algumas vitórias. O instinto de posse fragiliza alguns trabalhadores e torna-os presas fáceis e à mercê dos apelos ao consumismo.
A solidariedade, pelo contrário, exige um pouco mais de todos. A comunidade, o primado do bem geral sobre o individual empurra para os braços da direita o que deveria manter-se no campo oposto.
O combate aos sindicatos e ao espírito sindical processa-se em várias frentes.
Enfim, temos o país e os governantes que merecemos. Nada mais.
Que fazer?
Como diz Mata Harnecker, devemos procurar mostrar que a politica não é arte do possível, mas a arte de construir a força social e politica capaz de mudar a realidade, tornando possível, no futuro, o que hoje nos parece impossível.
A capitulação, o desalento, o cruzar de braços, o deixa-andar não nos leva a lado nenhum. Não podemos renunciar ao combate de ideias e à luta por uma sociedade mais justa.
Se não participarmos na politica, continuaremos a ser governados por arrivistas, incompetentes e corruptos. Seremos governados pela lei do mais forte
De acordo. Espero escrever algo amanhã sobre a tentativa de despojamento político. Abraço!
ResponderEliminarOlha, abster-se a uma eleicão é BURRICE. É falta de cálculo sobre quem se beneficia ou prejudica por abstêncão, não sendo por acaso que a Frelimo esteja engajada a mobilizar abstêncão desde que ela descobriu que lhe vale.
ResponderEliminarInteressante maneira de ler uma pesquisa! Que outras coisas diz a pesquisa encomendada pela FDC?
ResponderEliminar...mobilizar abstenção...
ResponderEliminarDeve ser de forma muito astuta...não consigo perceber...
O que é FDC, afinal? Claro que não das más ONGs mas há que sabermos mais. Isso seria possível procurando saber de quem lá trabalha, sem ou com o cartão da Frelimo? Qual é o discurso essencial na FDC?
ResponderEliminarFDC é da Graca Machel = Frelimo. Indica uma pessoa apenas que lá trabalha que não seja da Frelimo. Essa senhora é esperta e mobiliza abstencões para a sua Frelimo. Porque ela não trabalha para reduzir os ladrões no seu partido?
ResponderEliminarInteressante....
ResponderEliminarPermitam-me dizer 3 coisas: (1) A pertença a um partido não significa necessariamente produzir uma pesquisa "má"; (2) Os resultados apresentados (de forma breve) não são abonatórios para o partido no poder; (3) deixem-me tentar obter o relatório. Abraço!
ResponderEliminarAguardo...
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