Outros elos pessoais

19 dezembro 2007

Eliseu Bento e os linchamentos

"Há de facto um meio termo que tem que ser encontrado porque nós pensamos modestamente que ambas as partes tem a sua razão. As autoridades têm que seguir a lei, mas o cumprimento dessa lei implica que as populações continuem a ser violadas e violentadas por grupos de bandidos à solta. A população tem a sua razão, falamos da razão de exigir tranquilidade e quando não encontram essa tranquilidade por via da Polícia, prontos, recorrem ao que lhe está mais à mão violando embora o preceituado no ordenamento jurídico nacional."

7 comentários:

  1. Entre continuar a ser violado e violentado por grupos de bandidos à solta e não ter que seguir a lei. Fico com a segunda opção.

    Assinado: População.

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  2. "... mas o CUMPRIMENTO dessa lei implica que as populações continuem a ser violadas e violentadas por grupos de bandidos à solta..." (???!)

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  3. Creio que Bento está a dizer que as pessoas podem cumprir a lei, podem aguardar a processualidade legal, mas que tudo é tão moroso e "bizarro" e a criminalidade é tanta, que as pessoas ficam nervosas e agem.

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  4. se contar-mos o numero de nervosos neste pais, todos vamos ser linchadores. alias, ja somos cada um a sua maneira. o que faz uma pessoa ladrao para ser linchado e outra ladrao para ser conduzido a policia?
    sera o "processo" de impunidade que leva as pessoas a linchar? ou mesmo a roubar? o problema dos linchamento parece mais complexo do que estudar so a manifestacao do lixador. interessante seria estudar o perfil de quem foi linchado, ai as ciencias criminais, a nossa policia, tem instrumentos mais apurados. e isso falta na nossa policia, um estudo sobre as vitimas do crime, estudamos o agostinho chauque, e outros e nao as suas vitimas. eu vitima de ladrao sempre produzo mecanismos individuais e colectivos para lidar com o trauma, ou o pos-traumato. os mecanismos de vitimizacao tambem se ritualizam. por isso em casa verificamos se temos as portas trancadas, gradeamos, dormimos com uma catana, pistola, sondamos movimentos estranhos, tudo isto nao podemos tomar como "uma reacao normal" a presenca do crime, mas a nossa prontidao esta na desconfianca de alguem ser criminoso. e a desconfianca esta na intuicao, que baseia-se num modelo de experiencas de vitima: medo, surpresa, etc.

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  5. Creio ser extremamente difícil estudar quem foi linchado. Tanto quanto julgo saber, por regra não se sabe da identidade dos linchados. Ou não se procura saber ou não é possível saber. O linchado surge como a estranheza irremediável do desconhecido. Não é por acaso que muitas vezes é a vala comum que o aguarda para o descanso final.

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  6. consta que na lista dos linchados também figura o irmão mais velho de Agostinho Chauque, na sequencia, linchado perante o olhar impotente deste último....
    Será Chauque, produto ou consequencia da situação?????

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  7. professor! ha possibilidades de estudar a vitima ou o linchado. existem instrumentos analiticos que permitem isso ( ex. estudo biografico), e a policia usa parte destes instrumentos quando realiza uma investigacao. e nestes caso de estudar os espacos do crime atras das vitimas, as ciencias policiais evoluiram muito, os instrumentos sao emprestados da sociologa, psicologia, psiquiatria,e do direito.

    duma! nao sabia da estoria do chauque. mas esse pode ser um ponto de partida.

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