Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
24 novembro 2007
A saúde do país
5 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Em última instância, a ameaça mortal que pesa sobre o FMI é o resultado da sua tendência a impor um pacote de política macroeconómica em todos os países que pôde dominar nos últimos 20 anos. Impor o modelo neoliberal não era a missão do FMI (certamente não está considerada no convénio constitutivo do organismo) e é o que está a minar as bases do organismo. O modelo neoliberal é intrinsecamente instável e os programas de ajuste estrutural do Fundo deixaram uma economia mundial em profundo desacerto. Dessa perspectiva, é possível argumentar que o FMI foi o seu próprio pior inimigo.
ResponderEliminarQuase ninguém imaginou que chegaria o dia em que a agência qualificadora Standard and Poors repreenderia o FMI pelo mau manejo das finanças. Mas em Setembro aquela agência revelou que o Fundo havia perdido 110 milhões de dólares no último exercício fiscal porque os seus rendimentos dos juros despenharam-se (consequência da presença de outras fontes de crédito). Mas essa não é a única humilhação para o Fundo no crepúsculo dos seus dias. O pior que lhe vai acontecer é que se vai converter em algo irrelevante antes de desaparecer.
24/Outubro/2007
O original encontra-se em http://www.jornada.unam.mx/2007/10/24/index.php?section=opinion&article=028a1eco
Obrigado pela informação!
ResponderEliminarAfinal porque correr para a integracao regional se nao estao criadas condicoes para o efeito, nao bastou o exemplo dos prazos do recenceamento e data das eleicoes, datas foram marcadas e podem ser remarcadas!
ResponderEliminar Bem, adere ao FMI quem quer – ou quem não tem outra tábua de salvação, como aconteceu connosco. Frágil capacidade produtiva interna, torneiras do socialismo secas, torneiras do ocidente fechadas, só restava aceitar a pré condição para adesão ao FMI e Banco Mundial (WB): (i) fazer do socialismo, passado, história; (ii) aceitar a economia de mercado. Foi assim que nasceu o PRE (programa de recuperação económica em 1987, a primeira bóia de salvação). As contrapartidas exigidas para a disponibilização dos fundos foram tão duras, que a este programa teve de acrescentar-se rapidamente a componente social, passando a chamar-se PRES (programa de recuperação económica e social). Todos nos lembramos.
ResponderEliminar Os países que aderem ao FMI e WB conhecem as regras do jogo: FMI é igual a apoio de curto prazo, tratamento de choque contra o “imposto”/Inflação que – por incompetência dos governantes – somos forçados a pagar, impotentes perante o degradar do poder de compra de ano para ano. Os ajustamentos salariais nunca cobrem a inflação: a diferença equivale a imposto.
O FMI tem políticas desajustadas pois aplica a mesma receita, independentemente da latitude ou longitude dos países membros, que recorrem a apoios e se sujeitam ás condições por falta de alternativas: políticas cegas!
Parte do pressuposto que: estabilidade politica + inflação controlada a menos de um dígito = ambiente atraente para investimento privado (nacional e estrangeiro).
Reunida esta condição (que passa por contenção salarial, corte em tudo o que é comparticipação social e muito, muito apertar o cinto), abrem-se as portas do irmão gémeo, o WB, com uma visão de longo prazo, disponibilizando fundos para melhores infra-estruturas, apoio institucional e investimento privado, aspectos fundamentais a mais investimento privado, mais mercado.
Temos que ser justos: o nosso Governo tem sabido lidar com estas instituições (com ou sem manipulação estatística) a ponto de nos tornarmos um dos raros caso de sucesso das políticas do FMI e WB (estabilidade macroeconómica).
Lamentáveis são as marcas, as mazelas que a obsessão Macro deixa na população. Ao ponto do FMI e WB reconhecerem que, sem os grandes projectos o nosso PIB é um desastre: que é tempo de olharmos também para as pequenas e médias empresas.
Concluindo: (i) O FMI, dentro dos seus critérios, conhecidos, tem razão para dizer que, em termos Macro, Moçambique está de boa saúde; (ii) já é tempo dos NOSSOS GOVERNANTES descerem da galáxia Macro e aterrarem na dura realidade Micro, com políticas ajustadas ás diferentes realidades do país, de modo a reduzir assimetrias e promover mais justiça social; (iii) é tempo de deixar de atirar sistematicamente a culpa para outros; os governantes são eleitos para resolver os problemas.
Quanto á desordem organizativa e financeira em que o FMI navega, não espanta: gerida maioritariamente por consultores (dos países membros, próximos do poder, não escolhidos na base da competência) sem provas dadas na economia real, sem experiência de gestão empresarial, divertem-se com projecções em softwares sofisticados: extasiam-se com os efeitos do aumento das receitas ou redução da despesa: conhecemos essa fauna.
Florêncio.
Agry e Florêncio, belíssima discussão. Estou mais próximo das posições de Florêncio. Apenas algumas nuances nos diferenciam neste ponto
ResponderEliminarObed L. Khan