Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
11 novembro 2007
Jacqueline no "café da manhã" da RM
12 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Bem vinda a Moçambique. Estou ansiosa por saber a experiência do Brasil com relação aos linchamentos.
ResponderEliminarAcredito que será interessante ouvi-la.
ResponderEliminarVamos ouvi-la e colher algumas ideias em relação a sua exeperiência e possivelmente mais logo podemos fazer os nossos comentários aqui no espaço.
ResponderEliminarSim, ela vai basear-se num texto que elaborou para o seminário.
ResponderEliminarEstou ansioso por ver os resultados do seminário. Em minha opinião os linchamentos deveriam ser vistos no âmbito da luta que se faz para extender o Estado e torna-lo cada vez mais eficaz. Parece-me um despropósito insistir na tecla de que os linchamentos reflectem alguma forma de degenerescência social dos moçambicanos.
ResponderEliminarOs Americanos (dos EUA) lincharam criminosos e supostos criminosos até para além dos meados do século 20. Faziam-no, em minha opinião porque o seu Estado estar-se-ia ainda e estender e a ganhar eficiência. Linchar alguém na América hoje (embora por vezes ocorra episodicamente) seria anacrónico.
Por alguma razão, que vai para além das pessoas ou das crianças, os linchamentos em Moçambique e em outros países africanos em rápido processo de urbanização não são tão anacrónicos como isso.
Analisar este assunto, colocando-o na devida perspectiva histórica colocaria de parte a ideia de que os linchamentos "derivam de práticas ancestrais de justiça" como diz jfrancisco saraiva de sousa.
Nas nossas aldeias os crimes não costumam ser punidos com linchamentos.
Obed L. Khan
Um pequeno pormenor: trabalhamos com linchamentos urbanos e, por agora, excluímos estudar os rurais, bem mais frequentes e tendo as acusações de feitiçaria como êmbolo.
ResponderEliminarQue dados é que o Professor tem de que os linchamentos rurais (por motivos de feitiçaria) são mais frequentes que os urbanos (derivados da criminalidade)? Acompanhei alguns casos episódicos, alguns deles acontecidos nas periferias das grandes cidades.
ResponderEliminarAdemais, creio ser verdade afirmar que o fenómeno da rápida urbanização dos nossos países afecta também as zonas rurais. Em que sentido? (i) as ideias das cidades chegam mais facilmente ao campo; (ii) a migração para as cidades causa crescente pobreza rural, devido principalmente à falta de mão de obra jovem para lavrar os campos e realizar outras actividades económico-sociais que requeiram robustez física; (iii) Neste âmbito, os velhos, que num passado recente eram venerados e eram poços de sabedoria passam a ser um empecilho e um encargo. Este último facto dever-se-ia às limitadas capacidades para os manter nas circunstâncias presentes.
É isso que, em minha opinião e por mera hipótese, justifica (ou causa) os episódicos casos de linchamentos rurais. Em minha opinião se a capacidade do Estado de proporcionar verdadeira segurança social não se extender rápidamente para as zonas rurais, estes casos de linchamentos por feitiçaria vão aumentar.
Obed L. Khan
Consulte os arquivos das administrações provinciais e distritais, especialmente os relatórios administrativos.
ResponderEliminarProfessor... Poderia ser mais especifico! No caso dos linchamentos urbanos informou-nos em que idades eles estao a ocorrer. Mais ainda, em alguns casos da-nos numeros.
ResponderEliminarO Professor sabe que o seu blog ee lido em varias partes do mundo Seus leitores laa vao tambeem consultar tais arquivos? Ser especifico ee abrir-se para o dialogo como nos vem ensinando.
Obed L. Khan
Onde estaa idade leia-se cidade
ResponderEliminarObed L. Khan
I would be very much interested to read here the conclusions of meeting with Jacqueline Sinhoretto.
ResponderEliminarEm resposta à sua pergunta, Sharubu: gostei da intervenção dela, versátil, analiticamente rica. Através do seu nome, pode localizar neste diário a tese de mestrado sobre linchamentos. Se oportunidade houver, aqui colocarei o texto que serviu de base à sua intervenção hoje na Faculdade de Medicina. Abraço.
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