Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
06 outubro 2007
Por que e como foram linchadas duas mulheres na Matola-Rio (2) (continua)
"No princípio de Setembro, duas famílias residentes no Bairro da Matola-Rio, Unidade 7, entraram em conflito.
A família A (chamemos assim), constituída por uma senhora viúva e por filho de 18 a 20 anos. A família B, formada por uma senhora (avó), neta de 16 anos e outros familiares, a neta sendo orfã.
O jovem da família A namorava com a jovem (neta) da família B. Esta estava grávida de oito meses. Sabendo que seu filho namorava com a jovem, a senhora da família A foi a casa da família B, onde se pôs a insultar os respectivos membros, dizendo que eram pobres, mal-educados e incivilizados e que aquela menina jamais entraria na sua casa como nora. Mais prometeu a morte da jovem.
Pelo que apurámos, os membros da família insultada B mantiveram-se calados, apenas tendo dito que assim ficavam a saber que fôra o filho dela quem engravidara a jovem deles. E acrescentaram que o resto se resolveria mais tarde."
4 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Tenho estado a trabalhar em três frentes e, no cyberbiologia e cybermedicina, editei 3 posts curiosos, e outros dois no neurofilosofia.
ResponderEliminarComecei a critica da filosofia da técnica de Ortega y Gasset e introduzi Arendt na neurofilosofia.
Precisava da sua crítica.
Estes casos de linchamentos deixam-se revoltado e agressivo...
Abraço
Irei ler! Mas, infelizmente, a realidade linchatória existe e tb me perturba imenso. Tenho agora 61 estudantes a percorrer os bairros da cidade de Maputo a recolher mais dados (um nova frente para além daquela que é, já, rotina na UDS). Um dos tópicos desse trabalho consiste em saber por que razão mulheres e crianças dançam no linchamento.
ResponderEliminarDançam? Um pouco macabro!
ResponderEliminarEm muitos casos dançam sim, o que muito choca aqui, o que, afinal,choca a muitos de nós. Mas o problema está em encontrar a lógica da racionalidade na irracionalidade desse comportamento, da festa linchatória.Como escreveu um dia Canguilhem (certamente conhece o seu "O normal e o patológico"),o normal é sempre um conceito dinâmico e polémico. Há anos que procuro compreender aquilo que me parece ser uma profunda satisfação (temporal que seja, sem futuro que seja, horrível que seja)com o fim da "poluição social", a catharsis irremediável e "necessária". Chegará o tempo em que porei isso em texto. Abraço.
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