Outros elos pessoais

31 outubro 2007

Parede não é parede: é história

O presidente do Partido de Reconciliação Democrática (PAREDE) - partido que existe apenas nas colunas do jornal "Notícias" - , Jorge Múa, declarou que a sua formação se afastou do Bloco da Oposição Construtiva, onde pontifica e preside o Homo Sibindycus, denodado usador de capulanas e turbantes, lutador contra a pobreza absoluta e frequentador regular do "Notícias". Por que se afastaram Parede e Múa? Porque - disse - o citado bloco não tem registo jurídico e porque lá não se dialoga. Uma verdadeira desgraça blocada. Neste jogo de cissiparidade cortesã dos pequenos partidos à espera de uma teta de vaca partidária choruda que nunca chega, Múa disse, milenarista: "Temos história neste país".

4 comentários:

  1. A propósito, os partidos políticos que temos em Mocambique, para além da Frelimo, Renamo e PDD, têm símbolos, isto é bandeiras?
    Têm outros órgãos para além dos presidentes?

    ResponderEliminar
  2. Tanto quanto julgo saber, apenas os partidos (em vias de extinção ou já extintos) do Pademo do Ripua, do PCN do Simango, do PIM0 do Homo Sibindycus e o Monamo do Máximo Dias têm bandeiras visíveis ou que eram visíveis em sedes. Uma vez em Nampula descobri que as "sedes" da maior parte dos partidos lá representados eram as casas dos presidentes. Quanto a órgãos além dos presidentes, creio que tudo funciona a nível de pequenos grupos de parentes e amigos quando as eleições chegam, pequenas linhagens que se desintegram quando não há dinheiro ou quando as alianças vantajosas não são possíveis. Quanto a programas, é tudo ao nível de coisas (não escritas ou, se escritas, apenas de uso dos presidentes) como "o país precisa de desenvolver-se, de desenvolver a agricultura, de ter democracia, unidade nacional, mais escolas, hospitais e coisas assim".
    Tendo a Renamo alijado esses candidatos a parentes e a modestas mordomias na Assembleia da República, quero crer que os "partidos" irão deixar de ocupar o único lugar onde têm algum relevo: o "Notícias". Se o que escrevi vos parece errado, por favor corrijam-me.

    ResponderEliminar
  3. Muito obrigado, Prof, pela explicacão. Já ando sem saber se é que os nossos políticos pensam que o facto de a maioria da populacão ser constituída por analfabetos, os partidos não podem fazer o que é suposto que se faca em política e em qualquer parte do mundo, por exemplo: símbolos, estatutos e programa, definicão de políticas alternativas, estruturacão, sessões, congressos, eleicöes internas, etc. É que se isso não é necessário, nunca esses políticos nos trouxeram as suas teorias e o que assistimos é que os partidos se extinguem e o interesse à votacão desmorona-se como podia acontecer em qualquer parte do mundo. E de admirar ainda é que entre esses políticos, há muitos escolarizados que podiam sentar-se para analisar o que de política não fazem.

    Apenas o meu ponto de vista.

    ResponderEliminar
  4. Mas sempre há gente que pensa que pode ter ideias políticas diferentes sem as ter porque decorando as que ouvem. E sempre há gente à espera de uma oportunidade, pequena que seja, para desencantar uma mordomia. Lamentavelente há muito desapareceu o Neves Serrano...

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.