Outros elos pessoais

27 outubro 2007

A fantástica Maputo de François: Havana sem Castro

Estudava eu a blogosfera francesa, quando dei com um texto no qual um jornalista, François Hauter, descreve a sua estadia em Maputo. O texto foi publicado no Le Figaro em Agosto de 2006, mas mantém a juventude do fantástico e a actualidade de um texto de Garcia Marques. Leiam por favor, em tradução livre minha:
"Maputo é uma capital da velha Europa edificada à beira de savanas não cultivadas, uma cidade do século XX plantada em pleno século XVI. Uma miragem, uma ilha, uma espécie de Atlântida, uma utopia dos tempos modernos: avenidas, grandes boulevares, palácios e hotéis de luxo, caminhos de ferro, uma Lisboa tropical cujos edifícios contemplam uma flotilha de sonhos de abundância, o horizonte a perder de vista. Atrás, o ouro do Transvaal. À frente, o Oceano Índico e as suas especiarias. Devia ser Manhattan. Mas é Maputo. Uma ilusão. Os diplomatas habitam a avenida Mao Tsé-toung. Os burgueses vão ao espectáculo entre as avenidas Guerra-Popular, Karl-Marx e Vladimir-Lénine. Fazem-se compras na avenida Hô-Chi-Minh. Os namorados abraçam-se sob as sombras perfumadas dos jacarandás em frente ao mar, na avenida Friedrich Engels (o autor joga humoristicamente com a toponímia maputense, que guarda ainda os nomes reportados). (...) Hoje, Maputo é a Havana após a morte de Fidel Castro. Uma Cuba que renasce."
Segundo alguém que o o jornalista disse ter escutado em Maputo, a Frelimo soube "fazer uma revolução (nota minha: trocar o socialismo pelo capitalismo) com as mesmas pessoas."

2 comentários:

  1. Meu caro, Parabéns pela nomeação para o "Melhor blog em português" do Prémio BOB's (http://www.thebobs.com/index.php?l=pt&s=1154893154682279QQCXSYUE-1159187111093304JDLMBIDD). E em excelente luta pelo título.
    Um abraço
    Eugénio Almeida

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